sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

POEMA QUADRAGÉSIMO QUINTO


Salvo o meu amor, todo o amor,
como se morresse amanhã. Aprendi com as mãos
a fazer uma canção para esse amor, poema que
respeita o orgulho da música e já teve morada
nas planícies do peito. Canção para sonhar-te, sim,
também para viver-te, para alimentar as raízes do
teu corpo, enterrando nele a funda fome de infinito,...

morrendo de viver, vivendo
o meu amor até à morte.

Faço as orações do fogo,
orações de eternidade, orações do amor.
Guiam-me as estrelas dos teus olhos, luzes
que acordam a noite e o céu e onde reconheço
o meu olhar, a minha pele, o meu desejo.
Vivo mastigando pétalas vermelhas em teu sangue
para dar voz ao silêncio do mar, e abraço
o embaraço que confunde as estrelas
com os ossos azuis do meu futuro.

Joaquim Pessoa
(De GUARDAR O FOGO, a publicar)
 
Desconheço o autor da imagem - Google

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