quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

O MEU CORAÇÃO É UMA FOLHA DE PAPAEL


O meu coração é uma folha de papel
com retas e curvas e espirais
de lírios carnais.
Neles repousam os beijos de borboletas
com desejos de asas incansáveis,
sonhos infindáveis.
E entre o traço do voo e o sorriso da flor,
o céu de um peito vibra no ar
do poema amar.

(Angela Lopes)
Arte de: Ronnie Biccard

LEIO O AMOR


Leio o amor no livro
da tua pele; demoro-me em cada
sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes,
em que os meus dedos
penetram, até chegarem
ao fundo dos sentidos. Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se
juntam, como corpos, no abraço
de cada frase. E chego ao fim
para voltar ao princípio, decorando
o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele.

(Nuno Júdice)

TRANSPARÊNCIA


Na tua boca sem dizer uma palavra
Soletrei em todas as línguas a palavra amor
Sobre a tua pele desenhei, sem saber desenhar
Todos os contornos que tem o prazer
E por ser silêncio a palavra foi mais pura
E por ser transparente o gesto ficou gravado


(Encandescente)

Arte de: Mary Sdfghikl

****

Eu, sempre
me soube
defender
em todas
as circunstâncias…
menos na circunstância
de te amar

(Luis Mendes)

Arte de:Trisha Lambi

Os amores acabam quando alguém se esquece de que os amores não acabam.

(Pedro Chagas Freitas)-

»EPEIGRAMA N.8

Encostei-me a ti,
sabendo que eras somente onda.
Sabendo bem que eras nuvem
depus a minha vida em ti.
Como sabia bem tudo isso,
e dei-me ao teu destino frágil,
fiquei sem poder chorar,
quando caí.


(Cecília Meirelles)

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

DOS TEUS DEDOS


Do vento conheço o sopro
por vezes a velocidade
dos teus dedos só conheço
a medida calma dos poros

(Joaquim Alves)

TROPEÇO NO TEU NOME


Tropeço no teu nome
nas tuas mãos
estendidas
no teu olhar longo
de infinito
tropeço em tudo
o que seja teu
um sorriso
um beijo
um abraço
faz-me um favor
tropeça em mim


(Joaquim Alves)

Arte de: Oleg Sheludyakov


Em todos os prédios há pessoas juntas que nunca se encontraram.

(Pedro Chagas Freitas)

A FORMA COMO ME AMAS MÃE


Há qualquer coisa de Deus na forma como me amas, mãe.
As pessoas não são tão grandes como tu, as pessoas não aguentam tanto a vida como tu. As pessoas choram, as pessoas sofrem, as pessoas passam pela vida à procura da melhor maneira de viver. Mas tu amas-me, mãe. Tu amas-me assim, sem condições, e parece que quando me amas nem sequer existes. Apenas ficas ali, a ver-me existir, e é assim que descobres e me ensinas que a vida se resume a ver quem amas viver.

Há qualquer coisa de impossível na forma como me amas, mãe.
O possível teria de exigir que parasses quando te dói, que parasses quando o mundo, filho da puta do mundo, te obriga a inventares novas maneiras de me dares tudo o que eu preciso. O possível iria dizer-te que não, que uma só pessoa, tão pequena e tão grande como tu, não pode suportar todo o peso de duas vidas. E tu ainda aí estás, tão forte como só tu, tão impossível como só tu, a sorrir quando me vês de caderno na mão a dizer que sou o melhor aluno da turma. É claro que é bom ser bom aluno, mas o meu maior orgulho é ser filho da mãe mais impossível do mundo.

Há qualquer coisa de genial na forma como me amas, mãe.
As pessoas não inventam o tempo como tu, as pessoas não conseguem entender qual é a equação que permite estar sempre onde tem de se estar, as pessoas chegam atrasadas, as pessoas falham a responsabilidades, as pessoas por vezes esquecem-se do que têm de fazer, as pessoas não conseguem fazer com que metade do que precisariam para viver chegue para viverem sem nada lhes faltar. E tu consegues o milagre da multiplicação dos pães e dos corpos, estás no sítio exacto onde te preciso na hora exacta onde te preciso com as palavras exactas de que preciso, a falares-me de como é importante acreditar que sabemos tudo mesmo que seja importante acreditar que não sabemos nada, e eu ouço-te e percebo que o segredo da tua existência é saberes que só o amor derrota a matemática, e que número nenhum está à altura de quando me abraças.

Há qualquer coisa de eu todo na forma como me amas, mãe.
E quando me perguntarem que idade tem a minha mãe direi apenas que para sempre. 


(Pedro Chagas Freitas)- in 'Prometo Falhar' 

Photography: Morgulis Dimitry L.

O tempo de sedução terminou. Terás de me tocar, terás de trocar o tacto dos olhos pelo tacto dos dedos. 
Apenas persistirá o jogo, a cumplicidade, e uma ténue vibração do corpo que se perdeu contra o meu corpo. 

(Al Berto]
Foto: Move- On


E ela tentou amá-lo. Mas ela reclamou que ele proferiu palavras tão comuns, que ele nunca poderia dizer a frase mágica que abriria seu ser.

(Anaïs Nin)


Arte de: Christian Schloe

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

CANSAÇO


Sou a mulher mais cansada do mundo. Fico cansada assim que me levanto. A vida requer um esforço de que me sinto incapaz. Por favor passa-me esse livro pesado. Preciso de pôr qualquer coisa pesada sobre a cabeça. Necessito constantemente de pôr os meus pés sob almofadas para que consiga continuar na terra. De outro modo sinto-me partir, partir a uma velocidade tremenda, tão leve me sinto. Sei que estou morta. Logo que pronuncio uma frase a sinceridade morre e torna-se numa mentira cuja frieza me gela. Não me digas nada, vejo que me entendes, mas tenho receio dessa compreensão, tenho medo de encontrar alguém semelhante a mim e ao mesmo tempo desejo-o. Sinto-me tão definitivamente só, mas tenho tanto medo que o isolamento seja violado e eu não seja mais o cérebro e a lei do meu universo. Sinto-me no grande terror do teu entendimento, meio por que penetras no meu mundo; e que, sem véus, tenha então que partilhar o meu reino.

(Anaïs Nin)





Eu quis tanto ser a tua paz, quis tanto que você fosse o meu encontro. Quis tanto dar, tanto receber. Quis precisar, sem exigências. E sem solicitações, aceitar o que me era dado. Sem ir além, compreende? Não queria pedir mais do que você tinha, assim como eu não daria mais do que dispunha, por limitação humana. Mas o que tinha, era seu.

(caio F. Abreu)

Arte de: By Doc

O QUE FAZER


Eu não sei. Não sei quanto tempo
dura um abraço, e se for longo
demais e começar a ser
...
constrangedor? E se for muito rápido
e a pessoa achar que eu não quero
abraça-la. E se eu não quiser mais
soltar a pessoa? Eu não sei quanto eu
aperto, se eu aperto, onde vão minhas
mãos. Eu falo alguma coisa durante o
abraço? Meu corpo tem de ir de
encontro ao da pessoa ou manter
uma distancia? Eu não sei. Ninguém
nunca me abraçou até aquele dia, até
aquele abraço. Eu não sabia quanto
era viciante, e agora eu morro por um,
de qualquer um. Para ver se eu me
encontro no abraço onde a algum
tempo atrás eu me perdi.

[Fernanda Garcia]

Fotos dos actores: Steve McQueen e Natalie Wood

O abraço,
é uma casa
acolhedora.

(Desconheço o autor)

Todas as palavras do mundo não valem a poesia de um abraço...

(Desconheço o autor)

Photography: Nikkimoore

A VOZ A TI DEVIDA


(...) Ouves como elas pedem realidades,
elas, descabeladas, feras,
elas, as sombras que nós dois forjamos
...
neste tão grande leito de distâncias?
Cansados já de infinitude e tempo
sem medida, do anônimo, feridas
por imensa saudade de matéria,
pedem limites, dias, nomes.
Não podem
viver assim, não mais; estão à beira
do desmaiar das sombras, que é o nada.
Acode, vem comigo.
Estende as mãos, estende-lhes teu corpo.
Os dois lhe buscaremos
uma, uma data, um peito, um sol.
Que descansem em ti, sê tu sua carne.
Calmar-se-á seu grande ansiar errante,
Enquanto avidamente
as estreitamos entre os corpos nossos
onde encontrem seu pasto e seu repouso.
E dormirão enfim em nosso sono
abraçado, abraçadas. E assim logo,
ao separar-nos, ao nutrir-nos só
de sombras, em distâncias,
elas
terão lembranças já, terão passado
de carne e osso,
o tempo que viveram dentro em nós.
E seu sono afanoso
de sombras, outra vez, será o retorno
a esta rósea e mortal corporeidade
onde inventa o amor seu infinito.

[Pedro Salinas]- Tradução de: José Jeronymo Rivera

ALMA DOCE DE OLHOS MAREJADOS

"....
deixa os cabelos voarem com o vento
tira dos lábios, um murmúrio, um lamento..."

(Fátima Abreu) - Pequeno excerto do poema: "Alma doce de Olhos Marejados"

Abre o teu coração com quem conhece a tua alma. Ser sincero, ainda que nesses momentos de intensa dor o falar te custe sangue.

(Jesus Urteaga)

Fotography: Ezgi Polat

COMO É QUE...


Como é que eu,
ouvindo tão mal, distingo
o teu andar desde o princípio do corredor?
...

Como é que eu,
vendo tão pouco, sei
que és tu chegas, conforme a luz?

Como é que eu,
de mãos tão ásperas, desenho
a tua cara mesmo tão longe dela?

Onde está
tudo o que sei de ti
sem nunca ter aprendido nada?

Serei ainda capaz
de descobrir a palavra
que larga o teu rasto na janela?

(Que seria de nós
se nos roubassem os pontos de interrogação?)

(Mário Castrim)

Arte de: Ewelina Ladzinska

QUANDO O AMOR MORRER


Quando o amor morrer dentro de ti,
Caminha para o alto onde haja espaço,
E com o silêncio outrora pressentido
...
Molda em duas colunas os teus braços.
Relembra a confusão dos pensamentos,
E neles ateia o fogo adormecido
Que uma vez, sonho de amor, teu peito ferido
Espalhou generoso aos quatro ventos.
Aos que passarem dá-lhes o abrigo
E o nocturno calor que se debruça
Sobra as faces brilhantes de soluços.
E se ninguém vier, ergue o sudário
Que mil saudosas lágrimas velaram;
Desfralda na tua alma o inventário
Do templo onde a vida ora de bruços
A Deus e aos sonhos que gelaram.

(Ruy Cinatti) - in, Obra Poética ( Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 1992)

Photography: Alexander Yakuvlev

VESTE-ME A SEDA


Veste-me a seda
das tuas mãos
serenas
...
Veste-me a roupa quente da tua pele
e aperta-me com o cinto dos teus braços
no lugar onde o meio traz cansaços
Evita que na ausência de ti gele

Recorta-me
em pequenos pedaços
Ata-me em laços
e guarda-me no coração
antes de saíres para o mundo
e bater no fundo
da traição que te apetece

(Edgardo Xavier)

Arte de: Peter Mitchev

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

TERNURA

Desvio dos teus ombros o lençol, 
que é feito de ternura amarrotada, 
da frescura que vem depois do sol, 
quando depois do sol não vem mais nada...
Olho a roupa no chão: que tempestade! 
Há restos de ternura pelo meio, 
como vultos perdidos na cidade 
onde uma tempestade sobreveio...
Começas a vestir-te, lentamente, 
e é ternura também que vou vestindo, 
para enfrentar lá fora aquela gente 
que da nossa ternura anda sorrindo...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós 
a despimos assim que estamos sós!

(David Mourão-Ferreira)- in "Infinito Pessoal
Arte de: Andrius Kovelinas

PRESÍDIO

Nem todo o corpo é carne... Não, nem todo 
Que dizer do pescoço, às vezes mármore, 
às vezes linho, lago, tronco de árvore, 
nuvem, ou ave, ao tacto sempre pouco...?
E o ventre, inconsistente como o lodo?... 
E o morno gradeamento dos teus braços? 
Não, meu amor... Nem todo o corpo é carne: 
é também água, terra, vento, fogo...
É sobretudo sombra à despedida; 
onda de pedra em cada reencontro; 
no parque da memória o fugidio
vulto da Primavera em pleno Outono... 
Nem só de carne é feito este presídio, 
pois no teu corpo existe o mundo todo!

(David Mourão-Ferreira) - in “Obra Poética”
Arte de: Charles Amable Lenoir

E POR VEZES

E por vezes as noites duram meses 
E por vezes os meses oceanos 
E por vezes os braços que apertamos 
nunca mais são os mesmos    E por vezes 

encontramos de nós em poucos meses
 
o que a noite nos fez em muitos anos 
E por vezes fingimos que lembramos 
E por vezes lembramos que por vezes 

ao tomarmos o gosto aos oceanos
 
só o sarro das noites      não dos meses 
lá no fundo dos copos encontramos 

E por vezes sorrimos ou choramos
 
E por vezes por vezes ah por vezes 
num segundo se evolam tantos anos 

(David Mourão-Ferreira) - in 'Matura Idade'
 
Arte de: Andrzej Malinowski


quinta-feira, 11 de agosto de 2016

A MORTE PELA SOLIDÃO

Morrer é quando há um espaço a mais na mesa afastando as cadeiras para disfarçar, percebe-se o desconforto da ausência porque o quadro mais à esquerda e o aparador mais longe, sobretudo o quadro mais à esquerda e o buraco do primeiro prego, em que a moldura não se fixou, à vista, fala-se de maneira diferente esperando uma voz que não chega, come-se de maneira diferente, deixando uma porção na travessa de que ninguém se serve, os cotovelos vizinhos deixam de impedir os nossos e faz-nos falta que impeçam os nossos.

(António Lobo Antunes)- in 'Não é Meia Noite Quem Quer'
Arte de: Francine Van Hove

SEGREDO

Não contes do meu vestido
que tiro pela cabeça
Nem que corro os cortinados
para uma sombra mais espessa

Deixa que feche o anel
em redor do teu pescoço
com as minhas longas pernas
e a sombra do meu poço

Não contes do meu novelo
nem da roca de fiar
Nem o que faço com eles
a fim de te ouvir gritar


(Maria Teresa Horta) - in MINHA SENHORA DE MIM (Publ. D. Quixote, 1971),
in VARIAÇÕES SOBRE UM CORPO (Ed. Inova, 2ª ed, 1973), in POESIA REUNIDA (Publ. D. Quixote, 2009)

MORRER DE AMOR


Morrer de amor
ao pé da tua boca
Desfalecer
à pele
do sorriso
Sufocar
de prazer
com o teu corpo
Trocar tudo por ti
se for preciso

(Maria Teresa Horta)
Arte de: Graça Martins

DE FRUTA FEITO

O corpo
É pêssego
Tangerina
E é limão
Tem sabor a damasco
e a alperce
Toma o gosto da canela
de manhã
e à noite a framboesa que se despe
De maçã guarda o pecado
e a sedução
Do mel
o açúcar que reveste
Do licor
a febre no seu rasgão
me invade me inunda e me apetece
Mergulho depressa a minha boca
e bebo a sede
que em mim já cresce
Delírio que me enche
de prazer
tomando o ponto num lume que humedece
Devagar mexo sem tino
as minhas mãos
Provando de ti
o que de ti viesse
O anis do esperma
o doce odor do pão
que o teu corpo espalha e enlouquece


(Maria Teresa Horta)
Arte de: Andrzej Malinowski

PALAVRAS


Palavras leva-as o vento
e os “escritos” também.
Importantes são os momentos
em que me fazes sentir bem.

(serra_ da_ lua)

SONETO DO AMOR


Não me peças palavras, nem baladas,
Nem expressões, nem alma… Abre-me o seio,
Deixa cair as pálpebras pesadas,
E entre os seios me apertes sem receio.

Na tua boca sob a minha, ao meio,
Nossas línguas se busquem, desvairadas…
E que os meus flancos nus vibrem no enleio

Das tuas pernas ágeis e delgadas.
E em duas bocas uma língua…- unidos,
Nós trocaremos beijos e gemidos,
Sentindo o nosso sangue misturar-se.

Depois…- abre os olhos, minha amada!
Enterra-os bem nos meus; não digas nada…
Deixa a Vida exprimir-se sem disfarce!

(José Régio)

quarta-feira, 20 de julho de 2016


Para quê

querer incendiar os astros se, dentro de nós,

ainda não acendemos todas as luzes.
...

(Rui Knopfli)

Artistic Photography


Se quiseres uma destas noites

agarra no telefone e fala-me em silêncio

para te ouvir
...

para te dizer "shhh"

para chorar de novo com as tuas lágrimas

até adormeceres.

(Fernando Pinto do Amaral)

Audrey Hepburn- Photographed: Mark Shaw, 1953

O CALOR DOS DIAS


Eras mesmo a fonte de tudo, pelo menos

naquele dia a que chamámos perfeito.
...

Os dias tinham-se entranhado nos dias,

a tal ponto que a vida era só dias, dias

a seguir uns aos outros. Apenas dias.

De olhos vendados e sem bater numa única

parede, pegados a isto, ao cheiro reconhecido

só quando um dos corpos se afasta.

Sente-se a falta, eu farejo como um cão

e depois sento-me triste a um canto

com um livro na mão. Mas naquele dia

que ambos classificámos de perfeito

eu pude ver a vida ali desdobrada em duas

à minha frente. E a tua inocência poderosa

a dizer-me uma vez sem exemplo faz

de mim o que quiseres, dobra o cabo

dos trabalhos e atira-te de cabeça. 

(Helder Moura Pereira)

Photography: Dmitri- Trishin


A vida só é vida se for vivida e envolvida na vida de outra vida

"Livro crepúsculo"- Frases de livros

Arte de: Egon Schiele



A recordação é o perfume da alma. É a parte mais delicada e mais suave do coração, que se desprende para abraçar outro coração e segui-lo por toda a parte.

(George Sand)

Photography: Anders Farbig

Se os olhos são o espelho da alma. O rosto é o mapa da vida.

(Luís Eusébio)


A tua amizade já me fez sofrer muitas vezes, sê meu inimigo em nome da amizade.

(William Blake)


O silêncio me assusta porque ele grita a verdade.

(pink)

Fotoarte de: Vitali Kurets


Amo-te como quem ama a rosa
Me aproximo
Sinto teu perfume
Rego-te
Te admiro
...
Mas não te tomo para mim
Pois ao tomar-te para mim
Eu veria tua beleza dissipando-se diante de mim
Faço-me, portanto, beija-flor
E beijo-te apenas
Nunca te carrego comigo
- Levo-te apenas dentro de mim...

(Augusto Branco)


E é nisto que se resume
o sofrimento:
cai a flor, — e deixa o perfume
no vento!

(Cecília Meireles)
Arte de: Rafael Sottolichio


Vou tomar um banho antes de sair e perfumar-me com um perfume que é segredo meu. Só digo uma coisa dele: é agreste e um pouco áspero, com doçura escondida.

(Clarice Lispector)


"(...) é no silêncio das minhas palavras que estão todos os meus maiores sentimentos."

(Oscar Wilde)

Photography:Milan Von Brunn

Quantas vezes os abraços são feitos do que faltou dizer?!


(Pedro Rui Carvalho)

Uma mulher perdoará um homem por tentar seduzi-la, mas não o homem que perde essa oportunidade quando ela lhe é oferecida.

(Charles Talleyrand-Périgord)