O tempo parou enquanto, perdida, procurava agarrar o chão que fugia. O vento, indiferente, continuava a pintar vida nas folhas que rodopiavam e caíam. Abri as asas, provoquei a vida e voei. Perdi-me de admiração em admiração ao olhar nos olhos das pessoas. Neles, há tantos sortilégios, encantos e desencantos. Há tanta vida por contar. Enquanto, confusa, sentia que ...não conseguia agarrar o momento, lembrei-me que o meu coração precisava de bater e, aí, confessei que o amava. Ele ouviu-me e, readquiriu o entusiasmo perdido. Tinha criado raízes desmotivadoras mas o vento, nas minhas asas, voltou a deixar-me em harmonia. E eu abri-as à vida. Imperfeita, na sua perfeição.
(Maria Elvira Bento)