sábado, 11 de abril de 2015


São tantas as vezes, que viajo nas asas da imaginação, na concretização dos sonhos que me impelem sempre a embarcar....nunca desistindo, mesmo frente às tormentas.
O vento é meu companheiro, espectador silencioso de minhas quedas ...
Curo as feridas e ...sob a proteção de um novo tempo e novos quereres, (re)invento a vida ...(re)invento a minha alma.
 
(Inês Clímaco)
 
Em segredo ...
todos os minutos me abraçam ao teu nome, seja quando e aonde for
Então que saiba o mundo inteiro que eu sou muito mais do que apenas eu!
Eu sou a casa onde tu moras ...
em segredo!
...
 
(Francisco Caeiro)

TENHO NA MINHA MÃO


Tenho nas minhas mãos uma flor,
que aponta para ti.
Transborda a ternura,...

espalhada no seu perfume odorífico.
Guarda-a até que nada reste das sua pétalas,
e deixa que ela te beije nas noites,
quando a paixão rubra e em desalinho,

Se entrelaçar nos corpos.

 
(Piedade Araújo Sol) 2015-02-24

TÃO SUBTIL


Às vezes eu me sento, e o vento sopra uma brisa
tão subtil, como se quisesse me dizer algo...

 
(Desconheço o autor)

POR TI, VESTI-ME DE SOL


Hoje, num ritual invulgar, vou-me vestir de Sol! Vou vestir-me silenciosa e lentamente saboreando o prazer difuso de uma ambição desmedida que cresce e nasce dos confins de muitos Aléns que a memória guarda para lá dos séculos, do tempo que dominamos, e guardamos, na ânsia de o agarrar no movimento de estar e de sentir. Vou pegar na minha ambição de Amor por esta universal...idade que me compõe e vou subir aos espaços que não domino mas onde habito numa c…onvivência paralela ou dimensionada noutras nuvens que me abrilhantam e iluminam. Quero resplandecer. Há muito que guardo o Sol na palma da minha mão em sonhos que aconchegam e salvam.

Vou vestir-me de Sol pois é lá que me movo quando ultrapasso as fronteiras que desbravo numa conflitualidade assumida e não cumprida nos limites da razoabilidade humana. Sou audaz, indisciplinada. Sou mais do que deveria ser mas sou Eu na forma pura de existência que oscila entre as dúvidas e as certezas. Vou vestir-me de Sol, milímetro por milímetro. Vou ficar com asas, ficar estrela, guerreira, deusa, rainha de luz, com cintilações poderosamente ofuscantes que, poeticamente, vão polir as árvores que olhar e os rios que fixar serão veios de ouro corrente reluzindo a céu aberto. E quando começar a escutar o sopro da melodia do vento e sentir que ele me quer envolver na brisa perfumada e refrescante como murmúrio de mar ciumento aí, vestida de magia e de Sol, sorrirei, sedutoramente, e contar-lhe-ei um segredo que ele nunca saberá guardar. O segredo fala de ti. É para ti. Por ti, vesti-me de Sol…

Sorriste e nesse instante roubaste o fascínio do meu silêncio. O teu sorriso tem brilho de Alma. Tem beleza, encanta, amacia desassossegos, desencantos, arruma-nos, enquadra-nos na vida, posiciona-nos nos desafios, ilumina esperanças esbatidas quando cedemos ao desalento. Por ti sou capaz de percorrer o Universo, para encontrar o teu sorriso. Ele fala por ti. Fala de ti. Tem fascínio. Por isso quando sorriste, abri os braços deslizei rumo ao Sol e sorri-te num poema inconfessado.

(Maria Elvira Bento)

HÁ SEMPRE UMA BRISA


Quantos sóis irradiam a luz
que ilumina o meu espaço
o meu céu...

Quando a lua cresce
no horizonte
E a bruma dos tempos se levanta
E marca presença no monte
Quanta luz me invade o espírito
Em noites de pesada insónia
Como se fosse castigo
açoite ou pesadelo
Quando apenas são fragmentos
Em busca do meu segredo
Quanta bruma ensombra meu sonho
No percurso do meu caminho
Quando alegre me detenho
E me escondo na sombra
Dos contornos do teu desenho
Mas há sempre uma brisa que passa
e repassa
Me coloca no desencontro da vida
tão breve…
E me ajuda nos novelos da nuvem
tão leve…

(Zimbro)

DÁ-ME TUA MÃO


Dá-me tua mão, e dançaremos;...

dá-me tua mão e me amarás.

Como uma só flor nós seremos,

como uma flora, e nada mais.



                  
O mesmo verso cantaremos,

no mesmo passo bailarás.

Como uma espiga ondularemos,

como uma espiga, e nada mais.



Chamas-te Rosa e eu Esperança;

Porém teu nome esquecerás,

Porque seremos uma dança

sobre a colina, e nada mais.



Extraídos de GABRIELA MISTRAL & CECÍLIA MEIRELES; GABRIELA MISTRAL Y CECÍLIA MEIRELES. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras; Santiago de Chile: Academia Chilena de La Lengua, 2003

É necessário conhecermo-nos a nós próprios
para sabermos a quem devemos ignorar...

( Jose Gabriel Duarte)- in As Cores do Desejo: Poemas improváveis
Editora, Veresbrava 2014