domingo, 30 de setembro de 2012
ANJOS MULHERES VI
As mulheres voam
como os anjos:
Com as suas asas feitas
de cristal de rocha da memória
...
Disponíveis
para voar
soltas...
Primeiro
lentamente: uma por uma
Depois,
iguais aos passaros
fundas...
Nadando,
juntas
Secreta: a rasar o
chão
a rasar a fenda
da lua
no menstruo:
por entre a fenda das pernas
Às vezes é o aço
que se prende
na luz
A dobrarmos o espaço?
Bruxas:
pomos asas em vassouras
de vento
E voamos
Como as asas
lhe cresciam nas coxas
diziam dela:
que era um anjo do mar
Rondo alto,
postas em nudez de ombros
e pernas
perseguindo,
pelos espaços,
lunares
da menstruação
e corpo desavindo
Não somos violencia
mas o voo
quando nadamos
de costas pelo vento
até à foz do tempo
no oceano denso
da nossa própria voz
Sabemos distinguir
a dormir
os anjos das rosas voadoras
pelo tacto?
Somos os anjos
do destino
com a alma
pelo avesso
do útero
Voamos a lua
menstruadas
Os homens gritam:
– são as bruxas
As mulheres pensam:
– são os anjos
As crianças dizem:
– são as fadas
Fadas?
filigrama cintilante
de asas volteando
no fundo da vagina
Nadamos?
De costas,
no espaço deste século
Mudar o rumo
e as pernas mais ao
fundo
portas por trás
dobradas pelos rins
Abrindo o ar
com o corpo num só golpe
Soltas,
viando
até chegar ao fim
Dizem-nos:
que nos limitemos ao espaço
Mas nós voamos
também
debaixo de água
Nós somos os anjos
deste tempo
Astronautas,
voando na memória
nas galáxias do vento...
Temos um pacto
com aquilo que
voa
– as aves
da poesia
– os anjos
do sexo
– o orgasmo
dos sonhos
Não há nada
que a nossa voz não abra
Nós somos as bruxas da palavra
(Maria Teresa Horta)
Embrulho-me na tua pele,
Deixo-a ser cascata ardente,
Onde me banho em águas quentes,
Em suave e intimo prazer,
...
Deixo-a ser cascata ardente,
Onde me banho em águas quentes,
Em suave e intimo prazer,
...
O rio desliza dentro e fora de nós,
Onde nos remamos em doce volúpia,
Na jangada ao sabor do momento,
Sou-te fonte inesgotável,
Pura é esta água de essência,
Onde bebes as profundezas do oceano,
Sereia contorcida na transcendência,
Deixo-te ser em mim… e sou-te,
Um horizonte indefinido de pele,
Abraço-me em teu corpo Eros,
Onde todas as velas se içam,
Vagas de a-mar fumegam,
Espasmos de sal-doce prazer,
E-terno o sabor que perdura,
Para além das velas e do vento
Apagão silencioso do tempo,
Na luz estrelar do céu-a-mar
(C.C.)
.Onde nos remamos em doce volúpia,
Na jangada ao sabor do momento,
Sou-te fonte inesgotável,
Pura é esta água de essência,
Onde bebes as profundezas do oceano,
Sereia contorcida na transcendência,
Deixo-te ser em mim… e sou-te,
Um horizonte indefinido de pele,
Abraço-me em teu corpo Eros,
Onde todas as velas se içam,
Vagas de a-mar fumegam,
Espasmos de sal-doce prazer,
E-terno o sabor que perdura,
Para além das velas e do vento
Apagão silencioso do tempo,
Na luz estrelar do céu-a-mar
(C.C.)
sábado, 29 de setembro de 2012
POEMA DE DESPEDIDA
Não saberei nunca
dizer adeus
Afinal,
só os mortos sabem morrer
Resta ainda tudo,
só nós não podemos ser
Talvez o amor,
neste tempo,
seja ainda cedo
Não é este sossego
que eu queria,
este exílio de tudo,
esta solidão de todos
Agora
não resta de mim
o que seja meu
e quando tento
o magro invento de um sonho
todo o inferno me vem à boca
Nenhuma palavra
alcança o mundo, eu sei
Ainda assim,
escrevo.
(Mia Couto)
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
quarta-feira, 26 de setembro de 2012
LITANIA
O teu rosto inclinado pelo vento;
a feroz brancura dos teus dentes;
as mãos, de certo modo, irresponsáveis,
...
e contudo sombrias, e contudo transparentes;
o triunfo cruel das tuas pernas,
colunas em repouso se anoitece;
o peito raso, claro, feito de água;
a boca sossegada onde apetece
navegar ou cantar, ou simplesmente ser
a cor dum fruto, o peso duma flor;
as palavras mordendo a solidão,
atravessadas de alegria e de terror,
são a grande razão, a única razão.
(Eugénio de Andrade)
o triunfo cruel das tuas pernas,
colunas em repouso se anoitece;
o peito raso, claro, feito de água;
a boca sossegada onde apetece
navegar ou cantar, ou simplesmente ser
a cor dum fruto, o peso duma flor;
as palavras mordendo a solidão,
atravessadas de alegria e de terror,
são a grande razão, a única razão.
(Eugénio de Andrade)
DESDE A AURORA
Como um sol de polpa escura
para levar à boca,
eis as mãos:
...
procuram-te desde o chão,
entre os veios do sono
e da memória procuram-te:
à vertigem do ar
abrem as portas:
vai entrar o vento ou o violento
aroma de uma candeia,
e subitamente a ferida
recomeça a sangrar:
é tempo de colher: a noite
iluminou-se bago a bago: vais surgir
para beber de um trago
como um grito contra o muro.
Sou eu, desde a aurora,
eu — a terra — que te procuro.
(Eugénio de Andrade)
entre os veios do sono
e da memória procuram-te:
à vertigem do ar
abrem as portas:
vai entrar o vento ou o violento
aroma de uma candeia,
e subitamente a ferida
recomeça a sangrar:
é tempo de colher: a noite
iluminou-se bago a bago: vais surgir
para beber de um trago
como um grito contra o muro.
Sou eu, desde a aurora,
eu — a terra — que te procuro.
(Eugénio de Andrade)
O AMOR
Estou a amar-te como o frio
corta os lábios.
...
A arrancar a raiz
ao mais diminuto dos rios.
A inundar-te de facas,
de saliva esperma lume.
Estou a rodear de agulhas
a boca mais vulnerável
A marcar sobre os teus flancos
o itinerário da espuma
Assim é o amor: mortal e navegável.
(Eugénio de Andrade)
ao mais diminuto dos rios.
A inundar-te de facas,
de saliva esperma lume.
Estou a rodear de agulhas
a boca mais vulnerável
A marcar sobre os teus flancos
o itinerário da espuma
Assim é o amor: mortal e navegável.
(Eugénio de Andrade)
terça-feira, 25 de setembro de 2012
A DEMORA
O amor nos condena:
demoras
mesmo quando chegas antes.
Porque não é no tempo que eu te espero.
...
Espero-te antes de haver vida
e és tu quem faz nascer os dias.
Quando chegas
já não sou senão saudade
e as flores
tombam-me dos braços
para dar cor ao chão em que te ergues.
Perdido o lugar
em que te aguardo,
só me resta água no lábio
para aplacar a tua sede.
Envelhecida a palavra,
tomo a lua por minha boca
e a noite, já sem voz
se vai despindo em ti.
O teu vestido tomba
e é uma nuvem.
O teu corpo se deita no meu,
um rio se vai aguando até ser mar.
(Mia Couto), in " idades cidades divindades"
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
ARDENTES BEIJOS...
Que saudades de tua presença
agora que só tenho ausência
...
falta tamanha que sinto de ti...
Hoje tenho claro em mim uma só palavra;
saudades,saudades e saudades...
tormenta em meus dias vazios.
Volta logo! venha beijar-me.
beije-me com tua boca molhada.
com vontade de consumir-me por inteira...
Onde estão teus beijos ardentes?
ainda são meus? ainda os quero!!!
devolva-me todos os que me roubastes...
Que outros tantos te darei.
com desejo e paixão..
sempre de bom grado....
E vá para alguém que deixou saudades...
(Autor Desconhecido)
Hoje tenho claro em mim uma só palavra;
saudades,saudades e saudades...
tormenta em meus dias vazios.
Volta logo! venha beijar-me.
beije-me com tua boca molhada.
com vontade de consumir-me por inteira...
Onde estão teus beijos ardentes?
ainda são meus? ainda os quero!!!
devolva-me todos os que me roubastes...
Que outros tantos te darei.
com desejo e paixão..
sempre de bom grado....
E vá para alguém que deixou saudades...
(Autor Desconhecido)
BEIJO OS TEUS SEIOS E A TARDE COMOVE-SE
Beijo os teus seios e a tarde comove-se
como se tocassem sinos
Levanto a tua cabeça entre os meu dedos e abro contra o dia os teus cabelos
...
e, logo, as aves do silêncio levantam vooe dançam loucas em volta dos teus olhos,
e a tua boca aperta-se,
morde
a minha boca
enquanto as minhas mãos vão procurando
nenhum deus à flor da tua pele
por esse caminho branco onde agonizam éguas
vestidas de primavera.
(Joaquim Pessoa)
e a tua boca aperta-se,
morde
a minha boca
enquanto as minhas mãos vão procurando
nenhum deus à flor da tua pele
por esse caminho branco onde agonizam éguas
vestidas de primavera.
(Joaquim Pessoa)
No delírio do teu olhar...sinto-me tua,ao som do teu respirar...sinto-te meu...
Oiço-te...danço no perfume da sedução...procuro-te num tango faceiro...a pele que exala paixão
Provoca-me com os teus gemidos...frenesim ofegante nos meus lábios floridos...preso na minha boca silenciosa...sacio-te
...mato a minha sede....e em mim mergulhas
...
Oiço-te...danço no perfume da sedução...procuro-te num tango faceiro...a pele que exala paixão
Provoca-me com os teus gemidos...frenesim ofegante nos meus lábios floridos...preso na minha boca silenciosa...sacio-te
...mato a minha sede....e em mim mergulhas
...
O corpo em arco e nua
(Paula OZ)
NOS BRAÇOS DO CREPÚSCULO!!
E nessa noite escura, fria e sem lua...
Perco-me por caminhos sem volta
Sigo sem rumo entre o abismo e o tempo
...
Dos meus pensamentos...agarro-me ao que restou
De uma alma sofrida tentando sanar as feridas da vida
E assim!! Nas asas do vento vou em busca de um lugar
Para quem sabe descansar esse corpo maltratado
Que há muito não tem mais direito a sonhar
E assim adormeço nos braços do crepúsculo...
Para quem sabe!! Nunca mais precisar acordar.
(Kity Araújo)
ACOLHA-ME
Estenda-me a Tua mão.
Fala-me na suavidade da
sensibilidade de Quem
...
muito ama e amou...
Diz-me que nenhuma saudade
faz adoecer e que nenhum
amor mata o coração...
Acolha-me em um carinho
de paz e recolha em Teu
silencio os meus soluços...
Murmure palavras sábias
mesmo que quase não as ouvirei
de tão surda na dor...
Mas que quando o sol resolver
despontar entre brumas de
solidão,elas ecoem na memória
fazendo-me acreditar que
amar tanto não foi em vão...
(Cida Luz)
TROCO
Eu troco
...
ponho e disponho
da diferença do meu corpo
no agasalho da nuca
a penumbra do pescoç0
Ombros a meio divididos
onde as asas já despontam
para a ternura das nádegas
fazendo tudo
o que contam
Dispo
troco digo e ponho
os dedos no espaço incerto
onde a língua toma o gosto
do que fica a descoberto
(MARIA TERESA HORTA)
domingo, 23 de setembro de 2012
QUERO-TE E QUERO-ME
Quero-te e quero-me assim.
Repletos de paixão.
Carregados de desejos
...
que vem do coração.
Quero-te e quero-me assim,
fazendo-nos suar, num prazer mútuo.
Deixando-nos sem ar, sentindo-nos uno
de com entrega total tanto nos amarmos.
Quero-te e quero-me assim
Bem temperados, regados
com gosto de quero mais.
Quero e quero que queiras,
estarmos juntos muitas vezes,
matando a tua e a minha sede
do "nós" que juntos vamos beber.
Quero-te e quero-me assim...
Mas também...
Quero-te não só assim
mas sobretudo com muita, muita
doçura, ternura, sentimento...
Quero-te com toda a cumplicidade
empatia e espontaneidade
Quero-te e quero ser tua
numa entrega total
onde mesmo que não o sintas
cada partícula de mim fica junto a ti.
Quero-te Homem
mesmo sem ser com paixão
Quero-te nos bons e maus momentos
mesmo no silêncio... em que um afago
uma caricia, um beijo, um olhar...
dizem mais que mil palavras...
Finalmente...
Quero-te assim
simplesmente porque te quero...
...de alma e coração.
(Susana Maurício)
Quero-te e quero-me assim,
fazendo-nos suar, num prazer mútuo.
Deixando-nos sem ar, sentindo-nos uno
de com entrega total tanto nos amarmos.
Quero-te e quero-me assim
Bem temperados, regados
com gosto de quero mais.
Quero e quero que queiras,
estarmos juntos muitas vezes,
matando a tua e a minha sede
do "nós" que juntos vamos beber.
Quero-te e quero-me assim...
Mas também...
Quero-te não só assim
mas sobretudo com muita, muita
doçura, ternura, sentimento...
Quero-te com toda a cumplicidade
empatia e espontaneidade
Quero-te e quero ser tua
numa entrega total
onde mesmo que não o sintas
cada partícula de mim fica junto a ti.
Quero-te Homem
mesmo sem ser com paixão
Quero-te nos bons e maus momentos
mesmo no silêncio... em que um afago
uma caricia, um beijo, um olhar...
dizem mais que mil palavras...
Finalmente...
Quero-te assim
simplesmente porque te quero...
...de alma e coração.
(Susana Maurício)
sábado, 22 de setembro de 2012
ME ENCONTRO PERDIDA
Enquanto me oferecias poesia,
perdi-me...
Perdi-me em tuas palavras,
...
vesti-me dos teus silêncios,
perdi-me em meras fantasias,
entre as letras que desenhavas
e nas frases que escrevias,
enquanto o teu amor era apenas distribuido
entre uma e outra que de ti se acercava.
Amor mais ou menos,
não quero...
Não quero nada dividido.
Preciso de um amor do tamanho do que te dei.
Não quero um amor colectivo.
Não quero...
Mas a saudade aperta,
vem carregada de dor e melancolia.
Abri-te a porta, saudade entrou..
Pensei que te traria de volta,
mas veio só.
Nesta minha cama vazia de ti,
abraçou-me e se alojou neste labirinto da minha alma.
(Espírito Cintilante)
perdi-me em meras fantasias,
entre as letras que desenhavas
e nas frases que escrevias,
enquanto o teu amor era apenas distribuido
entre uma e outra que de ti se acercava.
Amor mais ou menos,
não quero...
Não quero nada dividido.
Preciso de um amor do tamanho do que te dei.
Não quero um amor colectivo.
Não quero...
Mas a saudade aperta,
vem carregada de dor e melancolia.
Abri-te a porta, saudade entrou..
Pensei que te traria de volta,
mas veio só.
Nesta minha cama vazia de ti,
abraçou-me e se alojou neste labirinto da minha alma.
(Espírito Cintilante)
sexta-feira, 21 de setembro de 2012
SER PERFEITO
Sou tantas quantas possa ser,
essas mulheres que habitam em mim
Sou menina, mulher, sou criança, sou teu anjo...
...
Sou ser perfeito
tenho...
Da beleza, ao amor mais puro,
Do aroma do mar em meu corpo,
ao sol que te aquece...
Sou teu céu, teu infinito.
e visto em mim estas asas com que te abraço
sou eu tua mulher teu anjo
(Espírito Cintilante)
tenho...
Da beleza, ao amor mais puro,
Do aroma do mar em meu corpo,
ao sol que te aquece...
Sou teu céu, teu infinito.
e visto em mim estas asas com que te abraço
sou eu tua mulher teu anjo
(Espírito Cintilante)
Ah, que a mulher dê sempre a impressão de que se fechar os olhos
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e ...
Ao abri-los ela não estará mais presente
Com seu sorriso e suas tramas. Que ela surja, não venha; parta, não vá
E que possua uma certa capacidade de emudecer subitamente e ...
nos fazer beber
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave
(Vinícius de Moraes)
O fel da dúvida. Oh, sobretudo
Que ela não perca nunca, não importa em que mundo
Não importa em que circunstâncias, a sua infinita volubilidade
De pássaro; e que acariciada no fundo de si mesma
Transforme-se em fera sem perder sua graça de ave
(Vinícius de Moraes)
UM DIA QUEM SABE
Ainda escuto a melodia que toca o teu silêncio.
A que faz saltar dos meus olhos lágrimas silenciosas,
lágrimas de despedida.
A solidão me acaricia,
...
no infinito do sonho.
Prendi-me no teu olhar que é meu porto de abrigo.
Teci pedaços de ti na calada dos sonhos,
abriguei-me em teus braços nas noites solitárias.
Sinto-te...
Sinto em cada sonho a carícia do teu olhar.
Navego em ti na tormenta da noite que me acoberta,
nesta noite vazia da tua ausência de mim,
noite em que sonhos silenciosos me levam ao teu encontro...
Um dia quem sabe,
regressas comigo,
dessa distância em que nos encontramos.
(Espírito Cintilante)
Prendi-me no teu olhar que é meu porto de abrigo.
Teci pedaços de ti na calada dos sonhos,
abriguei-me em teus braços nas noites solitárias.
Sinto-te...
Sinto em cada sonho a carícia do teu olhar.
Navego em ti na tormenta da noite que me acoberta,
nesta noite vazia da tua ausência de mim,
noite em que sonhos silenciosos me levam ao teu encontro...
Um dia quem sabe,
regressas comigo,
dessa distância em que nos encontramos.
(Espírito Cintilante)
SEMPRE EU
Que o vento carregue meus pensamentos
para ti.
Que o meu querer seja a medida exacta do teu.
Que o amor que há em nós,
...
esteja coberto com o véu deste lençol de palavras.
Que a minha boca seja aquela que te beija
sempre que te visita.
Que eu seja sempre a sombra que toca teu corpo.
Que seja eu que esteja contigo entre suspiros e gemidos
nas noites de amor que sonhas.
Que seja eu,
tão somente eu,
que encha os teus sentidos.
(Espírito Cintilante)
Que a minha boca seja aquela que te beija
sempre que te visita.
Que eu seja sempre a sombra que toca teu corpo.
Que seja eu que esteja contigo entre suspiros e gemidos
nas noites de amor que sonhas.
Que seja eu,
tão somente eu,
que encha os teus sentidos.
(Espírito Cintilante)
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
MAR, MEU REFÚGIO
Hoje o dia amanheceu nublado,
chove.
O mar está revolto, lastima-se.
Deito-me na areia, faço do mar minha cama.
Lentamente as águas abraçam-me,
abencoam-me...
Para de seguida vaguearem conturbadas
em meu corpo.
Meu coração bate apressado,
meus sonhos juntam-se ao lamento do mar,
Olho sua imensidão, tem espaço para ti. Chamo-te...
A voz perde-se no vazio,
de um grito que calo.
Deixo as lágrimas caírem livremente,
juntam-se numa perfeita combinação de gosto de
mar.
As águas lavam meus sonhos desfeitos,
deixando sómente a minha existência.
Abençoas-me...
Mar que me tocas com tuas mãos sagradas,
que meus pensamentos vagueiam em ti.
Silência-te...
Ouve-me,
preciso falar-te deste meu amor invísivel,
que só o meu coração vê.
Amor insano aos olhos do mundo.
Contigo falo em palavras feitas de silêncio...
Ouve-me.
Meu mar, refúgio do meu ser.
(Espírito Cintilante)
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
DEIXA
...
Deixa que eu descubra
O inseguro tempo da seda
E o leve mel dos lábios
Passa as tuas mãos de abelha
Pela minha flor aberta
A todo o espanto consentido
Fala-me das tuas noites
Onde o silêncio é mais intenso
E o teu ventre mais cicia
Beijo-te onde o fogo nasce
E meus lábios ardem
Na fonte onde a água é mais viva
Deixa que minhas mãos te percorram
Até ao ponto onde o precipício
Se confunda com a sede do paraíso.
(Joaquim MONTEIRO)
O inseguro tempo da seda
E o leve mel dos lábios
Passa as tuas mãos de abelha
Pela minha flor aberta
A todo o espanto consentido
Fala-me das tuas noites
Onde o silêncio é mais intenso
E o teu ventre mais cicia
Beijo-te onde o fogo nasce
E meus lábios ardem
Na fonte onde a água é mais viva
Deixa que minhas mãos te percorram
Até ao ponto onde o precipício
Se confunda com a sede do paraíso.
(Joaquim MONTEIRO)
domingo, 16 de setembro de 2012
DESERTO INOMINÁVEL
O deserto é um silêncio depois do mar,
...
É o êxtase da luz sobre o coração da areia.
Vai-se e volta-se e nada se esquece.
Tudo se oculta para depois se dar a ver
No ponto em que os ventos se cruzam
E as almas gritam no fundo dos poços.
Os cestos sobem e descem prometendo água,
Uma frescura que derrete a febre.
Não são as tâmaras que adoçam a boca,
É a beleza das mulheres dissimulando
O desejo como um pecado sob a escuridão dos véus.
As serpentes assobiam ou cantam
Conforme o veneno que lhes molda o sangue.
Enroscam-se sobre as pedras
como fragmentos de lua à espera da manhã.
E a sombra alonga-se nas dunas
Ondulando rente às palmeiras
Como a última cobra do medo das crianças.
Não há ruído maior que este silêncio
Que se serve com tâmaras e com chá
Na mesa rasteira, sobre a terra molhada.
É no que não se nomeia que está o infinito.
(José Jorge Letria)
sábado, 15 de setembro de 2012
PERFUME DE MULHER
Meu corpo nu vestido de essências,
Sou arte simples,
beleza pura das letras que me vestem.
...
Mulher.
Raça perfeita dos versos que me dão nome.
Alma doce e perfumada
mulher que a lua cobre,
sou a tentação perfumada da brisa que te abraça.
Sou alma profunda escrita nos sonhos.
Sou o fogo que te aquece,
mulher que desnudas,
que se veste de ti.
Sou o doce toque de perfume que te consome.
Sou "angel" perfume de mulher...
perfume de MIM..
Raça perfeita dos versos que me dão nome.
Alma doce e perfumada
mulher que a lua cobre,
sou a tentação perfumada da brisa que te abraça.
Sou alma profunda escrita nos sonhos.
Sou o fogo que te aquece,
mulher que desnudas,
que se veste de ti.
Sou o doce toque de perfume que te consome.
Sou "angel" perfume de mulher...
perfume de MIM..
(Espírito Cintilante)
AMO-TE
Amo-te quando me olhas,
amo-te quando me sorris.
Quando me tocas?
...
Sim, eu amo-te.
Ao entrelaçar os teus dedos nos meus,
eu amo-te.
Quando me acaricias o rosto,
olho-te...
Amo-te.
Tocas-me o cabelo suavemente,
amo-te.
Amo teu beijo em meu rosto,
amo-te quando unes teus lábios aos meus.
Amo-te na ausência,
amo tudo o que és,
tudo o que fazes...
Amo-te...
Simplesmente porque TE AMO.
(Espírito Cintilante)
Ao entrelaçar os teus dedos nos meus,
eu amo-te.
Quando me acaricias o rosto,
olho-te...
Amo-te.
Tocas-me o cabelo suavemente,
amo-te.
Amo teu beijo em meu rosto,
amo-te quando unes teus lábios aos meus.
Amo-te na ausência,
amo tudo o que és,
tudo o que fazes...
Amo-te...
Simplesmente porque TE AMO.
(Espírito Cintilante)
Na boca dos meus olhos
Sangram palavras de Amor...
São desejados brilhos
Que a Noite me ofertou,
Em sedosos lençois de cetim.
...
Sangram palavras de Amor...
São desejados brilhos
Que a Noite me ofertou,
Em sedosos lençois de cetim.
...
Naquela almofada carmim...
Ouve-se o navegar do Céu Azul,
E respira-se o perfume de Flor,
Eternas ondas de Mar.
Recordo o teu jeito encantado
Que do nada brotou
Botões de beleza única no tom pastel,
Um quadro que jamais esquecerei,
Bolero de Ravel.
No Coração guardo,
O quão a Alma louvou,
Brocados que viverei,
Minha Rosa de Prado.
(RÓ MAR)
ALINHAVOS DOCES
Cerzi teu riso em meu peito
Colori as bordas das saudades
Com muito azul, com todo o jeito
...
Num infinito canto, perfeito
Perfumei o caminho que deixastes...
Construí versos em tons claros
Frisando teus olhos, nos meus
Fiz-me de cabrocha de fado
Soprei beijos mentolados
Tranquei em mim, tudo que era teu...
Inventei desmaios disfarçados
Procurando tua mão, emoldurada
E dos medos entrelaçados
Carinhos latentes marcados
Sempre em ti, enamorada...
E sigo cerzindo teu riso
No peito, nos olhos, no vento
Sou frase que precisa de ninho
Morada eterna de teu destino
Bordada em versos, sou teu leito...
(Ka Santos)
Perfumei o caminho que deixastes...
Construí versos em tons claros
Frisando teus olhos, nos meus
Fiz-me de cabrocha de fado
Soprei beijos mentolados
Tranquei em mim, tudo que era teu...
Inventei desmaios disfarçados
Procurando tua mão, emoldurada
E dos medos entrelaçados
Carinhos latentes marcados
Sempre em ti, enamorada...
E sigo cerzindo teu riso
No peito, nos olhos, no vento
Sou frase que precisa de ninho
Morada eterna de teu destino
Bordada em versos, sou teu leito...
(Ka Santos)
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
PARA TI
Foi para ti
que desfolhei a chuva
para ti soltei o perfume da terra
...
toquei no nada
e para ti foi tudo
Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre
Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só
amando de uma só vida
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
e para ti foi tudo
Para ti criei todas as palavras
e todas me faltaram
no minuto em que talhei
o sabor do sempre
Para ti dei voz
às minhas mãos
abri os gomos do tempo
assaltei o mundo
e pensei que tudo estava em nós
nesse doce engano
de tudo sermos donos
sem nada termos
simplesmente porque era de noite
e não dormíamos
eu descia em teu peito
para me procurar
e antes que a escuridão
nos cingisse a cintura
ficávamos nos olhos
vivendo de um só
amando de uma só vida
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
MOMENTOS DE AUSÊNCIA
Ficar em teus braços foi...
Um momento.
Beijar-te foi gritar-te palavras de amor,
que não cheguei a falar.
Flutuei.
Senti-me na lua, naveguei em estrelas...
Ardi de amor ao nascer do sol.
Acariciar-te foi divino,
quis marcar-te o corpo com paixão,
com carinho, mas...
Foram breves momentos apenas...
onde deixei minha alma prisioneira desse sentir.
Onde gritei "te amo" no silêncio do olhar,
esse que tu não escutas, esse que não vês.
Olha-me...
Preciso que me vejas...
Deixa-me amar-te.
Preciso terminar aquele momento de amor,
aquele em que percorres nos caminhos intermináveis de
paixão.
Não possoo continuar a sonhar-te assim,
a torturar-me nos mais loucos devaneios.
Fala-me ao coração.
Preciso ouvir essa voz aveludada,
que suavemente me embala na vontade de te sentir de
novo...
Foram momentos apenas, mas
Momentos só meus...
(Espírito Cintilante)
ONDAS DE MAR
Ondas que molham meus pés.
Ondas que lavam minhas aflições...
O mundo se torna perfeito
Quando sinto as águas em movimento.
As ondas me fazem refém.
O mar me prende
E me mostra um prazer da natureza.
Oceano,
Que me leva
Mas logo me tráz para a beira mar
Onde minhas pegadas na areia ficam,
Mas logo ficam apagadas
Por uma inocente onda.
Ondas de um mar perfeito
Uma obra de Deus
Em que a beleza surpreende
E enfeitiça os olhos.
Oceano
Leve para as profundezas de seus mistérios,
Todoas as dores que me atormentam.
Seja meu
OCEANO...
(Desconheço o autor)
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