sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

 
Procura-se um sonho.
Ele andou fatiado de medos,
Iludiu-se, imiscuiu-se,
E chegou a flertar com a utopia.

Quem o encontrar,...

Diz a ele que o perdoo por tudo.
Que o meu peito, em cicatrizes,
É hoje até mais bonito que antes.

 Nara Rúbia Ribeiro
Arte de: Godfred Yarek


 
Vem comigo,
Esqueci-me do fogo das palavras, morre-me o vulcão do poema, preciso de ti para o acender

Vem comigo,
Esqueci-me da lua, perdi o chão do céu, preciso das tuas asas, sentir-me tua
...

Vem comigo,
Já não sei cantar, dançar nas estrelas, preciso de ti, és melodia que oiço para escrever

Desejo viver a magia, que só tu, tens para me dar...

Paula Oz
Arte de: Godfred Yarek



Deixa a musica tocar
Deixa-a fluir pelo teu corpo
Sente cada nota
Vibra a compasso
Deixa-a fluir
Fecha os olhos e sente-a...

Que te atordoa, que te aprisiona
Sente a minha voz
Doce e suavemente rouca
Que não é mais que uma melodia
Que não é mais que uma música
Que te embala, que te enfeitiça
Vibra a compasso
Entrega-te a ilusão
Deixa-me amar-te, deixa-me possuir-te
Devagarinho, sem pressas
Mas com muito desejo
Deixa a musica tocar

João Carlos Aleixo
em "Devaneios"
Arte de: Lauri Blanc.

POEMA QUADRÉGESIMO


Quando me deito contigo
respiro apenas pela pele.

E digo-te tudo...

sem uma única palavra.

Joaquim Pessoa, in GUARDAR O FOGO (Edições Esgotadas, 2013)
Escultura de: Yves Pires

É ela. É sempre ela. Para onde quer que olhe, para onde quer que vá. É ela. É sempre ela. O rosto dela, os traços dela, o jeito dela. E ouço-a falar. E sei exactamente como ela fala, e conheço exactamente o tom de voz dela, cada pausa, cada... esgar, cada momento em que pára para pensar e cada momento em que pára para sorrir. E sou eu que paro. Sou eu que, ao vê-la em cada espaço por preencher dentro dos meus olhos (e o que são os olhos senão espaços por preencher; espaços sempre por preencher?), não paro. Continuo a encontrá-la. E não sei o que hei-de fazer para lhe fugir (como se foge do que está por dentro dos olhos? como se escapa do que não pode ser eliminado, do que não é mais do que um pensamento dentro da cabeça? como se escapa do que não existe? como se acaba com o que nunca começou?), não sei o que hei-de fazer para me fugir.
O amor é tão grande que nem precisa de corpo para existir.

Pedro Chagas Freitas
Arte de: Godfred Yarek

DIVAGAÇÃO


Fascina-me a cor
O desenho dos teus olhos
Revejo-me numa tela de pintura
E o recorte dos teus lábios...

Em talha de uma gravura
E a forma dos teus seios
Nos moldes de uma escultura

Divago na realidade da tua perfeição.

José Gabriel Duarte.
Poema do Livro: No Outro Lado de Mim (Editora Chiado)

SONHOS INACABADOS


  Donde vem este laço
que me aperta
Este grito angustiado
que me sufoca...

Este apego apertado
que me afaga
Ânsia que um beijo
apaga
Vaga que o vento ergueu
Onde não estava apenas… eu

Labareda que se acendeu
Em mim se liberta
e se consome
Se agita, se eleva ao céu
E depois se aconchega
Ao peito e … dorme

Donde vem esta luz
que ilumina
Em fase intermitente
Que não se apaga na mente
Mas sempre que começa
É em mim que termina?!

Por esta luz somos iluminados
Portadores de sonhos inacabados

  paxiano

CÉU E FIRMAMENTO


  O céu é o recanto dum lugar sagrado
Onde imaginamos paz
e serenidade
Beleza de proximidade...

Serena passagem para um
outro lado
Espaço de luz e cor
No silêncio mais alado

Onde podemos ser o infinito
dum espirito que vagueia
Caminho já feito pelo nosso pé
Numa planura tão pura e dura
Que em nós se desencadeia

Depois tentamos abrir caminhos
do infinito
Desbravando montanhas de medo
Semeando tempestades de luz
Num assento que não desvendo

Teremos assim o céu que criámos
Desconhecendo…
O inferno em que habitámos

  paxiano

O POEMA EM QUE TE BUSCO É A MINHA REDE


  O poema em que te busco é a minha rede,
Bem mais de borboletas que de peixes,
E é o copo em que te bebo: morro à sede
Mas ainda és margarida e não-me-deixes ...

E muito mais, no enumerar das coisas:
Cordão de laço e corda de violino,
Saliva de verdade nalgum beijo,
E poisas
Como ave de aço em pão se não te vejo.
Mas onde mais real do céu me avisas
É nas tuas camisas,
Calças de cor no catre bem dobradas.
E és os meus pensamentos, se te ausentas,
Meu ciúme escuro como vinho em toalha;
E o branco circular das horas lentas
Que um perfurante amor lembrado espalha.
Põe o penso no velo intercrural
Com um atilho vertical:
Rosa coberta esquiva
Quer a mão do desejo, quer
O conhecido cravo da agressão
Que estendo às tuas formas de mulher,
Com esta soma e verbal percaução
De um fónico doutor de Mompilher.

Vitorino Nemésio- in "Caderno de Caligraphia e outros Poemas a Marga"

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

CABELOS

 
Cabelos são os teus cabelos as tuas mãos
e que sinais de perfeição tão triste
que doçura do espírito da terra
que suavidade do espírito da água
Ombros seios umbigo velo sexo
tudo velado pelo ouro da sombra
da castidade ardente honra da carne
honra de amor para o que a conhecer
 
António Ramos Rosa- in 366 POEMAS QUE FALAM DE AMOR,
escolhidos por Vasco Graça Moura (Quetzal, 3ª Ed., 2009)


VOU BUSCAR-TE AO FIM DA TARDE

 
vou buscar-te ao fim da tarde,
porque a noite só escurece contigo ao
meu lado, porque a noite aprende por ti
o caminho aberto das estrelas
vou buscar-te ao fim da tarde,
e verás como preparei a casa, como
escolhi a música, como, enfim, espalhei
os objetos mais impressionados contigo,
os que ganharam vida por se interporem
na espessura estreita que vai do meu
ao teu coração
e não mais devolvo, correndo todos os
riscos de não amanhecer nunca
numa loucura propositada por ti
não mais te devolvo,
ocuparás o mundo debaixo e sobre mim,
e não haverá mais mundo sem que seja assim
 
valter hugo mãe
Arte de: Elzbienta Brozch


quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

NATAL DE AMOR


Natal é a presença de Jesus em nossos
corações
Não só representa a fé, mas a vida...

O nascimento do Filho de Deus
A consciência de família, amor, paz, felicidade
Que o sentido do Natal esteja sempre presente em
nosso dia a dia
E que a esperança seja um objetivo concretizado
Que a luz do Menino Jesus percorra cada lar
Trazendo alegria aos nossos corações
Que a fraternidade universal seja nossa meta e
Que haja somente amor em meio a tempos difíceis
Assim encontraremos a paz tão almejada
O Natal do amor é a fé e esperança renascidas nos
olhos de uma criança!

Feliz Natal!

(Desconheço o autor)
Imagem tirada do Google


CONTA-ME


Conta-me
Do teu vestido verde
Seda pura
Corte liso
Conta-me
Do que é preciso
Para que vistas luar
E sombra
Pele e luz
 
(Edgardo Xavier)
Imagem: Tamara de Lempicka

TU


Pela tua nudez
toda a glória do mundo
cabe em minhas mãos
Ardo
Corre em mim tumultuada
uma lava ardente
que só em ti descobre rumo
e apaga o tempo
 
(Edgardo Xavier)

AMO O TEU TÚMIDO CANDOR DE ASTRO


Amo o teu túmido candor de astro
a tua pura integridade delicada
a tua permanente adolescência de segredo
a tua fragilidade sempre altiva
Por ti eu sou a leve segurança
de um peito que pulsa e canta a sua chama
que se levanta e inclina ao teu hálito de pássaro
ou à chuva das tuas pétalas de prata
Se guardo algum tesouro não o prendo
porque quero oferecer-te a paz de um sonho aberto
que dure e flua nas tuas veias lentas
e seja um perfume ou um beijo um suspiro solar
Ofereço-te esta frágil flor esta pedra de chuva
para que sintas a verde frescura
de um pomar de brancas cortesias
porque é por ti que nasço
porque amo o ouro vivo do teu rosto.
 
António Ramos Rosa -in O TEU ROSTO (Pedra Formosa , 1944)

A MULHER A CASA


A casa é viva
(A mulher dorme)
Dorme na espuma
nas cores puras
Dorme na espuma do silêncio
Planos brancos
e cores lisas
Dorme no vidro
tranquilo
Dorme viva
A casa é branca
É mais branca no silêncio
É mais branca entre as árvores
A própria cidade é branca
A cabra
cheirou a casa
cheirou o branco
O puro nó
do silêncio
Chego em silêncio
à mulher viva
dormindo
A casa é ela
em espiral
rodando
branca
É fino o ar
quase sem pó
uma árvore dá
uma curta sombra
Uma brisa lava
a casa fresca
A varanda nua
é seca e branca
com sede de mar
A caranda é nua
a mulher é nua
Da casa branca
vê-se o mar
o fulvo dorso
da praia
nu
mulher de areia
deitada e panda
na frescura azul
Uma vela branca
de minúcia fresca
dá ao olhar a brisa
dá ao silêncio o mar
A mulher dorme
viva
na espuma
do silêncio
 
António Ramos Rosa - in VOZ INICIAL (1960), in ANTOLOGIA POÉTICA ,
Selecção, Prefácio e Bibliografia de ANA PAULA COUTINHO MENDES (Pub. Dom Quixote, 2001)

AMOR


Aqueles olhos aproximam-se e passam.
Perplexos, cheios de funda luz,
doces e acelerados, dominam-me.
Quem os diria tão ousados?
Tão humildes e tão imperiosos,
tão obstinados!
Como estão próximos os nossos ombros!
Defrontam-se e furtam-se,
negam toda a sua coragem.
De vez em quando,
esta minha mão,
que é uma espada e não defende nada,
move-se na órbita daqueles olhos,
fere-lhes a rota curta,
Poderosa e plácida.
Amor, tão chão de Amor,
Que sensível és…
Sensível e violento, apaixonado.
Tão carregado de desejos!
Acalmas e redobras
e de ti renasces a toda a hora.
Cordeiro que se encabrita e enfurece
e logo recai na branda impotência.
Canseira eterna!
Ou desespero, ou medo.
Fuga doida à posse, à dádiva.
Tanto bater de asas frementes,
tanto grito e pena perdida…
E as tréguas, amor cobarde?
Cada vez mais longe,
mais longe e apetecidas.
Ó amor, amor,
que faremos nós de ti e tu de nós?
Irene Lisboa, in POEMAS DE AMOR, seleção de Inês Pedrosa ( D. Quixote, 2000) 
Arte de: Gianni Strino

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

NÃO SEI COMO DIZER-TE



Não sei como dizer-te que minha voz te procura
e a atenção começa a florir, quando sucede a noite
esplêndida e vasta.
Não sei o que dizer, quando longamente teus pulsos
se enchem de um brilho precioso
e estremeces como um pensamento chegado. Quando,
iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado
pelo pressentir de um tempo distante,
e na terra crescida os homens entoam a vindima
- eu não sei como dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te procuram.

Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros
ao lado do espaço
e o coração é uma semente inventada
em seu escuro fundo e em seu turbilhão de um dia,
tu arrebatas os caminhos da minha solidão
como se toda a casa ardesse pousada na noite.
- E então não sei o que dizer
junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.
Quando as crianças acordam nas luas espantadas
que às vezes se despenham no meio do tempo
- não sei como dizer-te que a pureza,
dentro de mim , te procura.

Durante a primavera inteira aprendo
os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto
correr do espaço -
e penso que vou dizer algo cheio de razão,
mas quando a sombra cai da curva sôfrega
dos meus lábios, sinto que me faltam
um girassol, uma pedra, uma ave - qualquer
coisa extraordinária.
Porque não sei dizer-te sem milagres
que dentro de mim é o sol, o fruto,
a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,
o amor,
que te procuram.

Herberto Helder
(excerto do poema Tríptico)

JAZ UMA COLCHA DE LINHO NO PASSADO


Jaz uma colcha de linho no passado
Das orquídeas
Quando tua sofreguidão se esbatia entrecortada
Na penumbra
Gemendo a saudade
Nas cortinas velhas do quarto antigo…
Tuas mãos ainda habitam o séquito do meu corpo
Nesta ausência.
Sabes, fui até ao cais de nós e esqueci de voltar.
Estávamos senis, enlouqueceramos em todos os orgasmos.
Mas os pardais, aqueles que fizeram ninho
Nas telhas do antigo quarto,
Eles sempre regressam, chilream livremente.
Jazem dois corpos enlaçados de paixão sob a colcha de linho.
Vejo-os tão longínquamente…
Eu espero-te.
O meu corpo sempre arderá nos teus lábios.
 
Célia Moura (a publicar)

NÃO TE QUERIA


 Não te queria quebrada pelos quatro elementos....
Nem apanhada apenas pelo tacto;
ou no aroma;
ou pela carne ouvida, aos trabalhos das luas
na funda malha de água.
Ou ver-te entre os braços a operação de uma estrela.
Nem que só a falcoaria me escurecesse como um golpe,
trêmulo alimento entre roupa
alta,
nas camas.
Magnificência.
Levantava-te
em música, em ferida
- aterrada pela riqueza -
a negra jubilação. Levantava-te em mim como uma coroa.
Fazia tremer o mundo.
E queimavas-me a boca, pura
colher de ouro tragada
viva. Brilhava-te a língua.
Eu brilhava.
Ou que então, entrecravados num só contínuo nexo,
nascesse da carne única
uma cana de mármore.
E alguém, passando, cortasse o sopro
de uma morte trançada. Lábios anônimos, no hausto
de árdua fêmea e macho
anelados em si, criassem um órgão novo entre a ordem.
Modulassem.
E a pontadas de fogo, pulsavam os rostos, emplumavam-se.
Os animais bebiam, ficavam cheios da rapidez da água.
Os planetas fechavam-se nessa
floresta de som unânime
pedra. E éramos, nós, o fausto violento, transformador
da terra
Nome do mundo, diadema.

 (LT)
 

A LÍNGUA SOBRE A PELE O ARREPIO

 
A língua sobre a pele o arrepio
Os teus dedos nas escadas do meu corpo
As lâminas do amor o fogo a espuma
A transbordar de ti na tua fuga
A palavra mordida entre os lençóis
As cinzas de outro lume à cabeceira
Da mesma esquina sempre o mesmo olhar:
Nada do que era teu vou devolver.
 
Alice Vieira, in Dois corpos tombando na água


UM OUTRO TANTO


Não sei como consigo
amar-te tanto
se querer-te assim na minha fantasia
é amar-te em mim
e não saber já quando
de querer-te mais eu vou morrer um dia
perseguir a paixão até ao fim é pouco
exijo tudo até perder-me
enquanto, e de um jeito tal que desconhecia
poder amar-te ainda
um outro tanto
 
Maria Teresa Horta, in “Inquietude” quasi (06)

DE QUE ME SERVIU IR CORRER MUNDO


De que me serviu ir correr mundo,
arrastar, de cidade em cidade, um amor
que pesava mais do que mil malas; mostrar
a mil homens o teu nome escrito em mil
alfabetos e uma estampa do teu rosto
que eu julgava feliz? De que me serviu
recusar esses mil homens, e os outros mil
que fizeram de tudo para parar-me, mil
vezes me penteando as pregas do vestido
cansado de viagens, ou dizendo o seu nome
tão bonito em mil línguas que eu nunca
entenderia? Porque era apenas atrás de ti
que eu corria o mundo, era com a tua voz
nos meus ouvidos que eu arrastava o fardo
do amor de cidade em cidade, o teu nome
nos meus lábios de cidade em cidade, o teu
rosto nos meus olhos durante toda a viagem,
mas tu partias sempre na véspera de eu chegar.
 
Maria do Rosário Pedreira

AMO-TE COM OS OLHOS DO MEU CORAÇÃO


"A realidade é que não te amo com meus olhos 
que descobrem em ti mil falhas, 
mas com meu coração, 
que ama o que os olhos desprezam." 

(William Shakespeare)


Amor: uma perigosa doença mental...

(Platão)



O amor é uma infinidade de ilusões que serve de analgésico para a alma...

(Marlon Moraes)
Imagem de: Cinzia Pellin

TRAGO-TE EM MIM


Trago-te na boca

Calor vivo nos lábios do teu beijo em furor, o sal doce, da tua pele ao sentir o teu...

amor

Vives no meu espaço

Desejo descontrolado... trago-te no toque, sorriem nos meus dedos, alternados os
teus segredos, cúmplices luas e sóis, no corpo nua, suada sem lençóis...

Trago-te no meu rio

Os nossos ventres, renovando posições, prazerosas sensações, brasa incandescente
como se fossem vertentes e o meu corpo incendeia, és toque que arrepia, sempre
que por mim passeia...


Silenciosa...mas intensa

Trago-te no coração e na ternura de um abraço...

Por fim (em ti)

Adormeço...

Trago-te em mim...

(Paula OZ)

OS OLHOS A VERDADE DOS SENTIDOS


"Os olhos são a verdade dos sentidos, 
dos paladares e das cores da vida, 
são a luz vinda do infinito 
que continua no outro infinito do olhar...(eu)"

(Anonimo)

INTERPRETAR A LINGUAGEM DO CORAÇÃO


Os olhos são os intérpretes do coração, 
mas só os interessados 
entendem essa linguagem."

(Blaise Pascal)

ENCONTRO-ME CONTIGO EM SILÊNCIO



Encontro-me contigo em silêncio... 
Naquele silêncio secreto 
onde não são precisos espaços físicos 
para que cada um de nós, 
nos consigamos sentir... 

Tanta coisa acontece 
no silêncio que nos envolve... 
Eu entendo-te, 
tu entendes-me 
e não são precisas palavras, 
nem gestos... 

São os nossos corações 
que se tocam 
nesse melodioso silêncio 
que nos invade a alma 
e nos torna muito mais próximos, 
ainda que entre os nossos corpos; 
as milhas de distancia 
nos possam separar." 

(Rómy Pinto)