Ele não sabe...
mas há em mim uma maneira de
ir com ele
... e uma outra de esperar
(Carol Dias)
sábado, 27 de abril de 2013
MEU POEMA
Meu poema se alimenta de lua cheia,
mas às vezes ela esvazia,
vira minguante!
E aí, haja ruas desertas,
sombras que eu nem sabia que existiam,
janelas antes entreabertas,
com medo padecem trancadas,
não permitem que brote a conversa
entre a menina e o poeta,
entre o violão e a paixão.
Meu poema se alimenta de lua cheia,
de emaranhados de fios feitiços,
de veneno, meio-fio, arrepio,
tessituras, bordados e teias,
seios lambuzados de orvalho,
coxas molhadas no cio,
beijos, saliva, orgasmo...
E haja isordil em meus versos!
Poemas que se alimentam de lua cheia
costumam maltratar o coração.
Meu poema se alimenta de lua cheia,
de canto nostálgico de sereia,
de águas revoltas que movem moinhos,
de rosas vermelhas infestadas de espinhos,
de cacos de vidro espetados em meu umbigo,
de estranhos atalhos trilhados faz tempo,
de coisas que encontro ao viajar por dentro...
E haja inquietude nos versos que eu proponho,
macerar palavras fazedeiras de sonhos,
como quem macera o trigo para fazer o pão.
como quem macera o trigo para fazer o pão.
(NALDOVELHO)
RECHEIO
No meio do bolo o recheio,
anseios, desejos, seus seios,
lascívia, delírio, perigo,
ilusão, desespero, miragem,
veneno sorvido sem pressa,
garrafa inteira de absinto...
Anda quero fumar um cigarro!
Ternura, inquietude, loucura,
suor, saliva, seus beijos,
seu gosto impregnado em minha boca,
o frescor da sua pele em minha pele,
o seu cheiro entranhado em minha roupa,
se prestar atenção, mais parece um bolero,
pois toda a vez que eu abro a janela
um vento perverso me invade
e só faz aguçar a vontade
de saborear do bolo o recheio,
só que para fazê-lo,
eu preciso me devorar por inteiro!
(NALDOVELHO)
quinta-feira, 25 de abril de 2013
ARDENTE
Lábios que são tão ardentes...
De língua eficaz e incandescente,
Que fazem o verso ser indecente!
Que tem o corpo delirante...
... Que me faz lhe possuir a cada instante!
Corpo... que é tão formoso e irreverente...
Faz da razão uma tremenda travessura
E da loucura uma das mais belas poesias!
Dilacera com o seu amor a minha armadura
E deixa a alma nua, nesta nossa aventura!
Gemer através do corpo é tão fácil,
Difícil e fazer gemer através da alma...
Buscando muito mais que o impossível!
Te possuindo é realmente inevitável...
És a ardência do paraíso e do pecado!
(Mario Macedo de Almeida)
QUERO SIM
Quero sim o teu coração, e também o teu corpo
quero ser o teu barco e tu seres o meu porto
Ser a morada desejada sempre perto de ti
e ouvir-te dizer; meu amor preciso-te aqui
...
Quero ser agora e depois, a mulher que tu amas
que ainda queres na tua vida, e pela qual chamas
Quero ter-te na minha vida e caminhar a teu lado
ver os teus olhos sorrindo como um dia iluminado
Ver milhares de estrelas brilhando só para mim
e na noite mais escura iluminar o meu jardim
Plena de emoção do teu beijo dado, por mim ansiado
retribuído com gosto, por gotas de amor orvalhado
Quase soçobrar na razão de tanta sentida emoção
coração dentro de outro coração, doce sensação
Quero sim, o muito, pouco ou o quase nada de mim
que a vida me quiser conceder, pra ser feliz junto a ti-
Quero sim!
(Catarina Pinto Bastos)
Não existe beijo iluminado nem sombrio
Apenas existe o tremor da contra luz, do momento que antecede
do momento que percorre a pele em estradas de arrepios
vertigens
pele a suplicar a pele
toque a suplicar o toque
... silêncios
olhares
esgares
avanços
recuos
não existe sombra nem luz dentro do beijo
só bocas coladas
projetadas – em contra luz
que anunciam o final do momento que antecede.
(Olívia Santos)
Apenas existe o tremor da contra luz, do momento que antecede
do momento que percorre a pele em estradas de arrepios
vertigens
pele a suplicar a pele
toque a suplicar o toque
... silêncios
olhares
esgares
avanços
recuos
não existe sombra nem luz dentro do beijo
só bocas coladas
projetadas – em contra luz
que anunciam o final do momento que antecede.
(Olívia Santos)
TOMO-TE
Como o elixir que me agarra à vida
E que segura a minha alma em mim
Bebo com a sede desmedida
Por imaginar um novo fim
...
Tomo-te
Por te querer… Por sentir afinal...
Que me fazes renascer
E me libertas do mal
E das dores do meu viver
Tomo-te
Por seres minha, e eu te ter
Por seres amante e mulher
Por me saberes receber
E Junto a ti... poder viver
Tomo-te
Porque te amo e não deixo
Que este mundo te aleije
Dando-lhe um outro sentido
Do mundo já não me queixo
Se me for por ele permitido
Que todos os dias te beije
Tomo-te
Elixir-mulher que és
Tomo teu cálice sagrado
Inventando novo fim
Neste caminho a quatro pés
Bebo sem sabor de pecado
Tomo-te… amor….
...para mim
(24/4/2013)
(Paladino Das Estrelas)
quarta-feira, 24 de abril de 2013
«Está a ver… é o milagre da luz», volveu o pintor. «As mulheres são como as plantas, precisam de sol. Mas as mulheres são vivas por dentro e vivas por fora, precisam de sol no corpo e de sol no coração. Quando as iluminamos só por fora, fic...am viçosas de pele mas desabitadas. Quando as iluminamos só por dentro, as flores brotam no seu interior e sufocam o perfume. As mulheres só são felizes, quando alguém as abraça com um sol em cada mão!»
(João Morgado)
(João Morgado)
segunda-feira, 22 de abril de 2013
CALA-TE
Cala-te, voz que duvida
e me adormece
a dizer-me que a vida
... nunca vale o sonho que se esquece.
Cala-te, voz que assevera
e insinua
que a primavera
a pintar-se de lua
nos telhados,
só é bela
quando se inventa
de olhos fechados
nas noites de chuva e de tormenta.
Cala-te, sedução
desta voz que me diz
que as flores são imaginação
sem raiz.
Cala-te, voz maldita
que me grita
que o sol, a luz e o vento
são apenas o meu pensamento
enlouquecido….
(E sem a minha sombra
o chão tem lá sentido!)
Mas canta tu, voz desesperada
que me excede.
E ilumina o Nada
Com a minha sede.
José Gomes Ferreira)
sábado, 20 de abril de 2013
ESQUEÇO-ME DO QUANTO ME ENSINARAM
Deito-me ao comprido na erva.
E esqueço do quanto me ensinaram.
O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio,
O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa.
... O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos.
O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava.
(Alberto Caeiro)
in "Fragmentos"
VEJO-TE
Do meu reino posso vê-lo
Leio-te nas entrelinhas do teu poetar
O que estás a dizer... Às vezes aleatório em palavras
Pois soltas elas estão
Fazendo uma grande confusão
Em outros reinos
Tu és mais do que conquistador
Destila em paixão a doce canção
Em notas cifradas
Que abordam diversos corações
És um humano mais do que apaixonado
Pela vida
És imbuído de prazer e tesão
Na mais pura satisfação
Que teu corpo pode proporcionar
Do seu reino tu me vês
Em uma tela
Que se faz em aquarelas
Torno-me um corpo celeste
Que desce do céu
Despida de minhas vestes
E coberta na pele de Mulher
Quero-te
E vou afagar teu corpo nu
Que agora está sob o meu
Derramar de minhas entranhas o néctar do mais delicioso prazer
E na exaustão de nos amamos
Abraçados por alguns instantes ficaremos
Até que amanheça.
(Luciana Saldanha Lima)
PODERIA
Poderia contar-te os meus silêncios, escrever-te a minha saudade, poderia
chamar-te, para ouvires na minha voz, o calor do meu abraço
Poderia... tanto que poderia
O sabor que guardo na minha boca, o beijo que o corpo fala mas a mente cala
Poderia sim, ser gaivota, sentir-te pássaro, saberíamos voar da ausência do tempo
que sempre se esgota
(Paula OZ)
DEIXA-TE SENTIR
Deixa sentir e impregnar-se em ti
o aroma e a eterna magia, do orvalho
acabado de cair, ao penetrar na terra
antes sequiosa, agora de novo molhada
...
É o cheiro fresco de uma vida renovada
que se sente agora querida e saciada.
Tal como o abraço que eu te dou
depois de uma ausência prolongada
Tem acrescido o sabor de uma espera
ansiada, do encontro, depois uma longa
e árdua jornada é hora de festejar feliz
a sua chegada, plena de seiva inundada
Esperando agora apenas que a semeies
novamente para ser de novo fecundada
renascida, e de cultivo farto abençoada
(Catarina Bastos)
Deixa sentir e impregnar-se em ti
o aroma e a eterna magia, do orvalho
acabado de cair, ao penetrar na terra
antes sequiosa, agora de novo molhada
...
É o cheiro fresco de uma vida renovada
que se sente agora querida e saciada.
Tal como o abraço que eu te dou
depois de uma ausência prolongada
Tem acrescido o sabor de uma espera
ansiada, do encontro, depois uma longa
e árdua jornada é hora de festejar feliz
a sua chegada, plena de seiva inundada
Esperando agora apenas que a semeies
novamente para ser de novo fecundada
renascida, e de cultivo farto abençoada
(Catarina Bastos)
Fiz o gesto de rodar a chave
Na fechadura do teu corpo
E ele abriu-se
Em silêncio – num leve arfar
entrei e percorri as tuas veias
Em delírio, como barco em tempestade
... Espreitei - de dentro - o mundo
- do avesso dos teus olhos
E foi, que então
Decidi ali ficar, não mais sair
Abriguei-me num dos quartos,
numa assoalhada
do coração
E lá fiquei, a sentir o que tu sentes,
a respirar o que respiras,
até que a última batida nos aquiete, devagar,
aos dois.
(Olívia Santos)
Na fechadura do teu corpo
E ele abriu-se
Em silêncio – num leve arfar
entrei e percorri as tuas veias
Em delírio, como barco em tempestade
... Espreitei - de dentro - o mundo
- do avesso dos teus olhos
E foi, que então
Decidi ali ficar, não mais sair
Abriguei-me num dos quartos,
numa assoalhada
do coração
E lá fiquei, a sentir o que tu sentes,
a respirar o que respiras,
até que a última batida nos aquiete, devagar,
aos dois.
(Olívia Santos)
Adormeci e sonhei...com um amor sem fim que me acariciava... numa lua de cetim...
Senti um toque de paixão... que incendiou o meu coração...
Ah!.. como seria belo se não fosse sonho...tudo seria pura emoção...
Mas...tristemente acordei, longe desse céu especial...como gostaria que fosse real...
Senti um toque de paixão... que incendiou o meu coração...
Ah!.. como seria belo se não fosse sonho...tudo seria pura emoção...
Mas...tristemente acordei, longe desse céu especial...como gostaria que fosse real...
(Rosa Resende)
No silêncio escutei a minha alma...senti por momentos tudo aquilo que vivi...deambulei com toda a calma, como um rio que corre...naveguei na frescura doce das emoções e também desilusões....
Hoje vou desaguando no meu percurso da vida...tristes ou risonhos...ao encontro dos meus sonhos....
Hoje vou desaguando no meu percurso da vida...tristes ou risonhos...ao encontro dos meus sonhos....
(Rosa Resende)
terça-feira, 16 de abril de 2013
LUAR DO AMOR
Espero-te...oiço uma doce melodia
Envolvida no doce desejo, anseio pelo teu beijo
Acolhe-me nos teus abraços, envolve-me com carinho e alegria
... Sinto em silêncio este amor intenso
Sentimentos em desalinho, o coração é sorriso de paixão...
És a luz do meu caminhar na magia do luar....
Vem amar, voa no prazer com emoção
(Rosa Resende)
Envolvida no doce desejo, anseio pelo teu beijo
Acolhe-me nos teus abraços, envolve-me com carinho e alegria
... Sinto em silêncio este amor intenso
Sentimentos em desalinho, o coração é sorriso de paixão...
És a luz do meu caminhar na magia do luar....
Vem amar, voa no prazer com emoção
(Rosa Resende)
Queres viver comigo um sonho de amor?
Liberta a tua mente, imersa no sonho, escondida
Sente a minha presença no perfume das rosas em nuvens de algodão ...
No leito de pétalas com vida, respira o prazer da paixão sentida
...
E sou ternura, sedução das estrelas, Éden e lua
Abraçados na magia, o coração é um beijo, que ouvimos com emoção
(Paula Oz)
Liberta a tua mente, imersa no sonho, escondida
Sente a minha presença no perfume das rosas em nuvens de algodão ...
No leito de pétalas com vida, respira o prazer da paixão sentida
...
E sou ternura, sedução das estrelas, Éden e lua
Abraçados na magia, o coração é um beijo, que ouvimos com emoção
(Paula Oz)
PERSONAGEM
Teu nome é quase indiferente
e nem teu rosto já me inquieta.
...
A arte de amar é exatamente
a de se ser poeta.
Para pensar em ti, me basta
o próprio amor que por ti sinto:
és a ideia, serena e casta,
nutrida do enigma do instinto.
O lugar da tua presença
é um deserto, entre variedades:
mas nesse deserto é que pensa
o olhar de todas as saudades.
Meus sonhos viajam rumos tristes
e, no seu profundo universo,
tu, sem forma e sem nome, existes,
silêncio, obscuro, disperso.
Teu corpo, e teu rosto, e teu nome,
teu coração, tua existência,
tudo - o espaço evita e consome:
e eu só conheço a tua ausência.
Eu só conheço o que não vejo.
E, nesse abismo do meu sonho,
alheia a todo outro desejo,
me decomponho e recomponho.
(Cecília Meireles)
quinta-feira, 11 de abril de 2013
SOLIDÃO
Ouço passos apreçados pelas ruas
Ouço risadas e vozes ao longe
Tudo é tão distante
Nada me alcança,
... Nada!
Nada me pode tocar...
Só o silêncio ronda a sala de estar
Só a solidão deita-se ao meu lado na cama
Perto de mim, tudo é tão longe
Onde eu não posso alcançar...
Ouço passos que se aproximam
Ouço uma voz que grita meu nome
Do outro lado da porta tem alguém a me procurar
De mim, tão longe...
Ouço meus pensamentos indo a algum lugar
Busco por ti, mas não estás
Somente a solidão ronda minha porta
E tu nunca mais vais chegar...
Tudo é tão distante, nada me alcança
Nada!
Nada é tão perto que eu não possa alcançar...
(Renata Bicca)
quarta-feira, 10 de abril de 2013
BEIJOS
Quero teus beijos
Surpreendentes, ardentes,
Envolventes , quentes,
Cheios de desejos,
Sem tempo dentro do tempo.
Beijos que nos prendem
Desvairados, apaixonados,
Eróticos, de paixão molhados,
Comprometendo os dias que se seguem.
Beijos imprevisto,
Acariciando a pele nua
Com propostas indecentes...
Eu serei tua sob a lua
Entre beijos frementes,
Que não calam com a resposta.
Quero beijos
Sensuais, ardentes,
Surpreendentes...
Beijos que percorrem
(os mares) como corsário de más intenções,
Se apossando de toda minha pele...
Estremecendo todo meu ser,
Beijos sedutores... Fluindo emoções,
Fazendo-me viver.
Beijos de alquimia,
Cheios de poesia,
Penetrantes...
De orgasmo velados
Na noite de prazer.
Surpreendentes, ardentes,
Envolventes , quentes,
Cheios de desejos,
Sem tempo dentro do tempo.
Beijos que nos prendem
Desvairados, apaixonados,
Eróticos, de paixão molhados,
Comprometendo os dias que se seguem.
Beijos imprevisto,
Acariciando a pele nua
Com propostas indecentes...
Eu serei tua sob a lua
Entre beijos frementes,
Que não calam com a resposta.
Quero beijos
Sensuais, ardentes,
Surpreendentes...
Beijos que percorrem
(os mares) como corsário de más intenções,
Se apossando de toda minha pele...
Estremecendo todo meu ser,
Beijos sedutores... Fluindo emoções,
Fazendo-me viver.
Beijos de alquimia,
Cheios de poesia,
Penetrantes...
De orgasmo velados
Na noite de prazer.
NO OUTRO LADO DE MIM
No outro lado de mim
Guardo tudo o que esqueci
Ideias que não segui
O prazer que não senti.
...
No outro llado de mim
Guardo tudo o que esquci
As histórias que menti
Os sonhos que não vivi.
No outro lado de mim
Guardo amores quen já perdi
Desamores que não desfiz.
No outro lado de mim
Escondido
Mas em mim...
(José Gabriel Duarte)
SOU O VENTO EM PENSAMENTO
Eu queria ser o vento.
Chegar
como uma brisa suave
Sorrateiro pela tua janela
agitar os teus cabelos
Tocar de leve o teu rosto.
Segredar no teu ouvido,
Um segredo de amor.
Beijar tua boca macia,
Ah como eu gostaria
De ser o vento
Penso em ti neste momento
E lamento
Não ser o veento
Ah como eu lamento!
Mas agora
Por um breve momento
Vou ser o vento
Se abrires a tua janela
Estarei chegando aí,
Agora
... neste momento,
Em pensamento
... eu sou o vento
Perco-me nos teus cabelos
Dou comigo
nos teus lábios
Mas eu não sou vento...
Sou apenas o pensamento.
(Antares - O - Diário - de - Um - Beijo)
segunda-feira, 8 de abril de 2013
DE QUE É FEITO ESTE SENTIMENTO?
De que é feito este sentimento
que faz a
razão se afogar
em rios de
constrangimentos,
que te
causa tremor nas pernas,
lágrima nos
olhos e embaraça caminhos?
De que é
feito este sentimento
que te joga
num canto amuado
de tanto
“destrambelhamento”
e traz a
impressão de que agora é tarde,
nada mais
há o que fazer?
De que é
feito este sentimento
que faz com
que o teu tempo se embaralhe
na
ansiedade dos corpos,
na
intimidade da saliva,
na
perplexidade do orgasmo?
De que é
feito este sentimento
que diz que
não há palavra que baste,
quando a
razão entrega os pontos
e te faz
náufrago da própria sorte,
prisioneiro
do teu bem querer?
De que é
feito este sentimento?
(Naldo Velho)
domingo, 7 de abril de 2013
PRIMEIRO A TUA MÃO SOBRE O MEU SEIO
Primeiro a tua mão sobre o meu seio.
Depois o pé - o meu - sobre o teu pé.
Logo o roçar urgente do joelho
e o ventre mais à frente na maré.
...
É a onda do ombro que se instala.
É a linha do dorso que se inscreve.
A mão agora impõe, já não embala
mas o beijo é carícia, de tão leve.
O corpo roda: quer mais pele, mais quente.
A boca exige: quer mais sal, mais morno.
Já não há gesto que se não invente,
ímpeto que não ache um abandono.
Então já a maré subiu de vez.
É todo o mar que inunda a nossa cama.
Afogados de amor e de nudez
Somos a maré alta de quem ama
Por fim o sono calmo, que não é
Senão ternura, intimidade, enleio:
O meu pé descansando no teu pé,
A tua mão dormindo no meu seio.
(Rosa Lobato Faria)
in «Cem Poemas Portugueses no Feminino»
A VIDA NUM SONHO
Quem me quiser há-de saber as conchas
a cantiga dos búzios e do mar.
Quem me quiser há-de saber a ondas
e a verde tentação de naufragar
...
Quem me quiser há-de saber as fontes,
a laranjeira em flor, a cor do feno,
a saudade lilás que há nos poentes,
o cheiro de maças que há no inverno
Quem me quiser há-de saber a chuva
que póe colares de pérolas nos ombros
há-de saber os beijos e as uvas
há-de saber as asas e os pombos.
Quem me quiser há-de saber os medos
que passam nos abismos infinitos
a nudez clamorosa dos meus dedos
o salmo penitente dos meus gritos.
Quem me quiser há-de saber a espuma
em que sou trubilhão, subitamente
- Ou então não saber coisa nenhuma
e embalar-me ao peito, simplesmente
(Rosa Lobato de Faria)
O que sentes, meu amor ?
Sentes o despertar da aurora
No teu peito ao acordar ?
Quando em ti me deleito
E dentro de ti eu me deito
... Toda a noite a te amar ?
Sentes o nascer do sol
Raiar no teu coração ?
Quando entro no teu regaço
Viajo contigo no espaço
Desperto em ti a paixão ?
Que sentes tu, meu amor
Quando te digo seres bela
Quando te ofereço uma estrela
E partilho contigo o calor
No cintilar de uma vela ?
E quando bebo de ti,
Do teu ventre um licor
O que sentes meu amor ?
Ao passar meu corpo em ti
…. A magia do amor ?
(5/4/2013)
(Paladino Das Estrelas)
Sentes o despertar da aurora
No teu peito ao acordar ?
Quando em ti me deleito
E dentro de ti eu me deito
... Toda a noite a te amar ?
Sentes o nascer do sol
Raiar no teu coração ?
Quando entro no teu regaço
Viajo contigo no espaço
Desperto em ti a paixão ?
Que sentes tu, meu amor
Quando te digo seres bela
Quando te ofereço uma estrela
E partilho contigo o calor
No cintilar de uma vela ?
E quando bebo de ti,
Do teu ventre um licor
O que sentes meu amor ?
Ao passar meu corpo em ti
…. A magia do amor ?
(5/4/2013)
(Paladino Das Estrelas)
INSTANTE DO MOMENTO
Encosta a tua mão na minha
Para eu notar que estás aqui,
Abraçando-me,
Numa sensação de aconchego,
... Para que me perca em ti
Os olhos num doce silêncio
Dizem um mar de palavras
Sem que os lábios se movam
Nosso momento é agora,
E que seja imenso
Adoçando em contentamento
P’la noite, com o espalhar das luzes das estrelas
E na madrugada, com a lua prateada
Afaga-me no teu prazer
Deseja-me,
E deixa em meus lençóis, a tua fragrância…
Fátima Porto
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