terça-feira, 13 de agosto de 2013

Quero Ler-TE...


Quero escrever-te mas não sei bem o quê
porque tu deixas-me sem palavras

e as que tu escreves no céu ...

… naquele céu que é só nosso …
as nuvens bebem-nas como sendo o seu melhor champanhe
ficam embriagadas e até mudam de cor

Por maldade,
não m’as deixam ler
e por isso, não sei o que te hei-de escrever

Vou inventar umas (p’rás castigar) … descrever

Então, acho que elas são feias, são pintadas de um azul desbotado
emaranhado de branco (podia ao menos, ser prateado, mas não)
e andam a monte no céu de lado p’ra lado deixando-o desnorteado

São nuvens irascíveis, também não deixam os pássaros passearem à vontade

Amontoam-se … fazem castelos no ar
deixando só os aviões passar e as garças também … só porque são reais …

De pássaros, só elas conseguem viajar sem serem incomodadas
por estas nuvens tontas e desnorteadas

Ora, ora, então só os reais é que conseguem viajar sem se incomodar?!

Então … e os demais ?! … não são ninguém nem são nada?!

Ó nuvem matizada, deixa-me lá ler o que ele me escreveu no céu
… no céu dos pardais, das palavras, das águias e dos demais …

Todos têm direito a …
… ai viajar …
… até as palavras …

Magá Figueiredo
(ao abrigo do código do direito de autor)


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