quinta-feira, 15 de agosto de 2013

ESQUECIDA A NUDEZ


 O corpo esquece
A nudez
Liquidifica-se
Procura os recantos...

Doutro corpo.

Insinua-se
Dento da pele.

Uma língua tece
A teia da saliva
Um fio
Aprisiona os lábios.

Odor último
Da ferida a fenda
A seiva escorrendo
Até ao limite
Do arco.

Depois:
Nada fica.
Somente a explosão
O instante
A flecha percorrendo
O caminho até
Ao extenuado espasmo.

(Joaquim MONTEIRO)

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