terça-feira, 13 de agosto de 2013

MURMÚRIO DAS ÁGUAS


  Há rios dentro de nós
Gravados na pedra perfeita
Numa ordem onde tudo
se ajeita...

Tem na forma o estilo
e o saber
Tem versos todos no infinito
Que só as águas sabem ler

Tem sinais vogais e consoantes
Tem a rima emparelhada
E no eco dos sons distantes
Tem a palavra desencontrada

Tudo se desenha nas enchentes
E nas águas descontroladas
Tudo são memórias lembradas
Sonhos vividos bem presentes

Águas de ontem rumores de hoje
Águas serenas ou galopantes
Velhos murmúrios, inquietantes

Somos águas de vários instantes
Serenas e remorosas como dantes

(paxiano)
Pintura de: Hu Jun Di

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