terça-feira, 20 de agosto de 2013

NUM QUARTO ROSA


  Num quarto rosa a folhagem reverdece
E o azul dos lírios mais se azula.
No teu rosto duas linhas se cruzam
Uma de Sol outra de Sombra....

Equilíbrio tão alto e doce na penumbra,
Aqui se diz, submissos lábios de gazela
Que o vento Norte do Império te deseja.

Um só corpo no silêncio azul se deita
Uma rosa se abre onde o fogo acende
E fende, de uma só água os lábios purpúreos
Numa vertigem de açucenas no limiar da chama.

A mão traça a claridade do volúvel. Indelével
A sombra intacta se dissipa no afecto
E um aroma de nardos se derrama sobre a pele.

Num quarto rosa, a rosa perde-se de amores
E, o azul desmaia num frémito feliz.

(Joaquim MONTEIRO)
2013-08-16
(© todos os direitos reservados)

Sem comentários:

Enviar um comentário