quarta-feira, 18 de setembro de 2013

A MAIS VELHA OBLAÇÃO DA CARNE


 Procuramos as put.. boas.
Aquelas de fim de verão de altivos seios.
Tão doces como as serôdias uvas
E tão vindimáveis de amadurecidas lágrimas....


Surpreendem-me sempre estas mulheres.
De vida fácil ( para alguns) não para mim.
Estas mães que na folia comprada
Sustentam nos ombros o cio do mundo.

Escarradores psíquicos dos tímidos,
Dos solitários ferozes e hipócritas,
Que compram a fidelidade do esperma
Em preservativos ultra finos e aromáticos.

Put.. inteiras de sol na boca
Deitadas sobre um leito de lua amantíssima.
Habilíssimas coxas abertas a todo o despudor
De honorável e líquido olhar.
Como um mar de sargaços ocultando o peixe
E bailando com a luz filtrada do sal.

Essas mulheres que nos sorriem discretamente
Quando, nos cruzamos no hipermercado,
Na incógnita serenidade do corpo.
Apaziguando todos os temores nocturnos
Com que a insónia do desejo e solidão ferem o ventre.
E nos remetem para a inexplicável mãe
De todos os desígnios e sortilégios, da
Mais velha oblação da carne.

Joaquim MONTEIRO
2013-09-17
(© todos os direitos reservados)

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