domingo, 9 de março de 2014

 
Não me estilhacem os recém-nascidos sorrisos,
porque não permito!...

Nem me despedacem a alma,
nesta agonia maior de ser só, qual jangada perdida no Oceano
a baloiçar quimeras!...


Sabeis que ninguém a poderá possuir?

Nem na Alegria,
ou na aflição da loucura,... Não há Ninguém!
Ninguém!...Ninguém aqui...Ninguém além!...
Condenação Suprema!...
Esta alma é somente minha!

Podeis julgar-me
nos condões da insubmissão,
que de mim transbordam,
podeis estancar-me o sangue na medula da existência,
porém,
jamais podereis encontrar a chave para serdes meus companheiros na agreste jornada!

Deitei-a fora,
no Cabo das Tormentas...
Oferecia-a ao mar,
meu amante,
minha voz maior,
meu amor mais sublime!

Célia Moura – “Jardins do Exílio”
Arte de: António Duarte

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