domingo, 13 de janeiro de 2013

QUERO AMAR-TE



Quero amar-te, simplesmente amar-te
No tempo que me for dado ofertar-te.

Dentes de Sol em manhãs de bruma
... Roendo o pêssego já maduro
Na silenciosa luminosidade da árvore
Amor, só amor e por amor
Possuir-te até ao amago de ti
Lavrar-te o corpo fecundo em manhãs
De sementeira radiosa.

Brancura extasiada dos dedos
Percorrendo o Sol das virilhas, fulvo
No doce clamor do ventre.
A língua procurando caminho de sal
Serpenteando, descobrindo o oásis da saliva.

Quero amar-te no diálogo mais poderoso
Do corpo. As ancas na sua vertente solar
Pondo a claro a parte mais obscura de mim.
Penetrar-te lentamente como mel
Escorrendo pela garganta do desejo.
Assim sem mais. Depois de termos percorrido
Em tropel de jovens potros as frescas linhas
Da sempre renovada e fresca fonte do prazer.

Desvanece aos poucos o meu olhar sobre os teus seios
Enquanto tua mão repousa na doce lassidão de meu sexo.

(Joaquim MONTEIRO)

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