domingo, 30 de dezembro de 2012

DESPEDIDA



Bebe-me a última gota de amor,
Derradeiro sentimento esquecido,
Sou-te a fonte onde te debruças,
A boca molhada que te sorri,
Mucosidade alicorada de menta,
 
Bebe-me as últimas palavras inaudiveis,
Todas as que me ficaram preteridas,
Entorpecidas e prisioneiras,
No granito solitário e abafado,
Na minha fonte-alma adensada,
 
Bebe-me o último beijo ávido,
Sacia-me-te nesta des-nudez ténue,
Cascata fluida de emoções,
De  um coração emperdernido de dôr,
Estatuado pla tua imagem sempre viva,
Acalentada e sentida a quatro mãos,
 
Bebe-me o último hausto, sôfragamente,
Depois... podes partir sem mim!
 
[Sou-me fonte inesgotável... de ti]
 
(C.C.)

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