sábado, 20 de abril de 2013


Fiz o gesto de rodar a chave
Na fechadura do teu corpo
E ele abriu-se
Em silêncio – num leve arfar
entrei e percorri as tuas veias
Em delírio, como barco em tempestade
...
Espreitei - de dentro - o mundo
- do avesso dos teus olhos
E foi, que então
Decidi ali ficar, não mais sair
Abriguei-me num dos quartos,
numa assoalhada
do coração
E lá fiquei, a sentir o que tu sentes,
a respirar o que respiras,
até que a última batida nos aquiete, devagar,
aos dois.

(Olívia Santos)

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