sábado, 20 de abril de 2013

ESQUEÇO-ME DO QUANTO ME ENSINARAM




  Deito-me ao comprido na erva.
E esqueço do quanto me ensinaram.
O que me ensinaram nunca me deu mais calor nem mais frio,
O que me disseram que havia nunca me alterou a forma de uma coisa.
...
O que me aprenderam a ver nunca tocou nos meus olhos.
O que me apontaram nunca estava ali: estava ali só o que ali estava.

(Alberto Caeiro)

in "Fragmentos"

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