sábado, 15 de fevereiro de 2014

FALSO POEMA ASSÍRIO COM MENOS DE 3000 ANOS


 Dou-te a chave do meu quarto
por tuas mãos no meu corpo.
...

Dou-te a arca dos meus medos
em troca do teu sorriso.

Dou-te a minha rosa turca
pelo teu olhar calado.

Dou-te o meu cordeiro branco
pelos teus cabelos negros.

Dou-te o meu linho macio
se me deres teus abraços.

Dou-te o mel dos meus cortiços
para ter a tua boca.

Dou-te a lã dos meus rebanhos
pela nudez do teu peito.

Dou-te a cria mais bonita
por tuas nádegas quentes.

Dou-te o melhor dos meus vinhos
só para ter tuas ancas.

Dou-te o meu galo de briga
em troca das tuas coxas.

Dou-te a vida dos meus cães
mas exijo o teu silêncio.

[Joaquim Pessoa]
in MAS., Litexa, 1987
Arte de: Arthur Braginsky 

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