sábado, 28 de julho de 2012

AMOR


 



Leio o amor no livro da tua pele
...
demoro-me em cada sílaba,
no sulco macio das vogais,
num breve obstáculo de consoantes,
em que os meus dedos penetram
até chegarem ao fundo dos sentidos.
Desfolho as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se juntam,
como corpos, no abraço de cada frase.
E chego ao fim
para voltar ao princípio,
decorando o que já sei.
E é sempre novo...
quando o leio na tua pele.

(Nuno Júdice)

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