quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

VER-TE. TOCAR-TE.


Que fulgor de máscaras. 
Que desenhos e rictus na tua cara 
Como os frisos veementes dos tapetes antigos....
Que sombrio te tornas se repito 
O sinuoso caminho que persigo: 
um desejo sem dono, um adorar-te vívido mas livre.
E que escura me faço se abocanhas de mim 
Palavras e resíduos.
Me vêm fomes 
agonias de grandes espessuras, 
embaçadas luas 
Facas, tempestade.
Ver-te. 
Tocar-te. 
Cordura. 
Crueldade.

(Hilda Hilst)

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