quinta-feira, 26 de março de 2015

VOU DANÇAR COM O MEU SONHO


Hoje, vou dançar com o meu sonho. Saltei o muro da realidade fingida e agarrei as imagens ainda vibrantes de um filme do qual fui a protagonista por benevolência, talvez, doutros desígnios mais poderosos que me movimentam o coração. O sonho decorria fora do meu controlo; não o pensei, não o escrevi, não li o argumento, ninguém me pediu opinião. Limitei-me a encostar a cabeça na almofada (macia), aninhar-me nos lençóis -como me preparasse para nascer- e entrar na esfera dos adormecidos. Nada mais do que isto. Mas, já não se dorme como antigamente! As noites agora são povoadas de montanhas russas que cortam alturas, espaços, velocidades numa vertigem que nos baralha e emotiva emoções. E o que deveria ser o tempo de abandono suave e envolvente, num ápice passa (pode) a uma tal e trepidante movimentação que eu, nem nunca nos meus melhores dias, pensei imaginar.
 
(Maria Elvira Bento)

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