quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

JAZ UMA COLCHA DE LINHO NO PASSADO


Jaz uma colcha de linho no passado
Das orquídeas
Quando tua sofreguidão se esbatia entrecortada
Na penumbra
Gemendo a saudade
Nas cortinas velhas do quarto antigo…
Tuas mãos ainda habitam o séquito do meu corpo
Nesta ausência.
Sabes, fui até ao cais de nós e esqueci de voltar.
Estávamos senis, enlouqueceramos em todos os orgasmos.
Mas os pardais, aqueles que fizeram ninho
Nas telhas do antigo quarto,
Eles sempre regressam, chilream livremente.
Jazem dois corpos enlaçados de paixão sob a colcha de linho.
Vejo-os tão longínquamente…
Eu espero-te.
O meu corpo sempre arderá nos teus lábios.
 
Célia Moura (a publicar)

Sem comentários:

Enviar um comentário