ESQUECIDA A NUDEZ
O corpo esquece
A nudez
Liquidifica-se
... Procura os recantos
Doutro corpo.
Insinua-se
Dento da pele.
Uma língua tece
A teia da saliva
Um fio
Aprisiona os lábios.
Odor último
Da ferida a fenda
A seiva escorrendo
Até ao limite
Do arco.
Depois:
Nada fica.
Somente a explosão
O instante
A flecha percorrendo
O caminho até
Ao extenuado espasmo.
Joaquim MONTEIRO
2012-05-05
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