quarta-feira, 13 de março de 2013

A BOCA




Onde o fogo
de um verão
muito antigo
...

cintila,

a boca espera

(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)

Espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar.

(Eugénio de Andrade)

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