segunda-feira, 7 de julho de 2014

PALAVRAS DE SANGUE


O poeta que nasce é uma criança parida em água torturada uma nave que surge uma nuvem que dança ao mesmo tempo livre e condensada.
O poeta que nasce é a matança da palavra demente e enjeitada que o chicote do poema torna mansa depois de possuída e mal amada.
Quando o poeta nasce a madrugada aperta os versos num abraço rouco até que a noite fique esvaziada.
E enquanto das palavras pouco a pouco surge a forma perfeita ou agitada no mundo morre um deus ou nasce um louco.


(José Carlos Ary dos Santos)

Arte de: Barbara Bezina

Sem comentários:

Enviar um comentário