quinta-feira, 20 de julho de 2017


É já tempo de não esperar ninguém. 
Passa o amor, fugaz e silencioso 
como ao longe um comboio noturno
 Não resta ninguém, é hora 
de voltar ao desolado reino do absurdo, 
a sentir culpa, ao vulgar medo
 de perder o que já estava perdido.
 À inútil e sórdida moral.
 É já hora de dar por vencido no trabalho,
 a sós, outro Inverno. 
Quantos faltam ainda, e que sentido
 tem esta vida onde te procurei, 
se chegou já a hora tão temida
 de comprovar que nunca exististe? 


(Joan Margarit)-tradução de Vasco Gato)

Photography: Paulo Laureano

Sem comentários:

Enviar um comentário