É já tempo de não esperar ninguém.
Passa o amor, fugaz e silencioso
como ao longe um comboio noturno
Não resta ninguém, é hora
de voltar ao desolado reino do absurdo,
a sentir culpa, ao vulgar medo
de perder o que já estava perdido.
À inútil e sórdida moral.
É já hora de dar por vencido no trabalho,
a sós, outro Inverno.
Quantos faltam ainda, e que sentido
tem esta vida onde te procurei,
se chegou já a hora tão temida
de comprovar que nunca exististe?
(Joan Margarit)-tradução de Vasco Gato)
Photography: Paulo Laureano
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