sexta-feira, 16 de janeiro de 2015


(...)
Ainda não sei bem mas parece que renasci nestes dias vagos. Não. Não morri nas noites inventadas do nada e não me sentei numa nuvem qualquer ou dei pontapés na lua.

Recordo que me pediste um sonho onde não houvesse estrelas. E também uma estação do ano despida de nadas em que o cinzento do fim do dia entrasse pela porta, errante e vagamente absorto, onde o vento seguisse pela rota traçada ...no sono… invisível… tétrico… rasgado. Recordo que me pediste que me preocupasse apenas com as linhas do teu rosto.

Sim. Renasci nestes dias fora de gestos. Lavei palavras manchadas. Expurguei outras e diluí-me no sulco da minha essência. Ah! É verdade…. recordo que me pediste um sonho onde não houvesse estrelas.
(...) 

(© francisco valverde arsénio)

Foto de: Donna Blackchall

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