terça-feira, 6 de novembro de 2012

DIÁLOGO SOLITÁRIO



 Quatro paredes se contraem,
Prenhes de meu pensamento,
Sombras se ostentam no vácuo,
...
Luzes mortiças me queimam evidências,


E meu pensamento deambula,
Grita, geme plas paredes de musgo,
Sós, as sombras me escutam,
Num passado que insiste sobre-viver,

Quatro paredes me esmagam,
Dobro-me na esquina do chão,
Falo-me de prosaica solidão,
De tempo engolido em espera,

Sozinha, converso comigo,
Oratórias de olhares côncavos,
Matizo meus olhos de lua e sonho,
Rindo dos meus próprios sorrisos,
Falo com minhas esguias mãos,

A quatro paredes me doo,
Nos abraços que desprezaste,
Nas lágrimas que não bebeste,
Enquanto meu sangue te pulsava,

Neste cordão de pensamento,
Rosário de horas tecido em prece,
Deixo-me amar plo silêncio…
Companheiro, meu abraço, minha mão,
Desespero, meu consolo de coração,

(C.C.)

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