sábado, 27 de abril de 2013



Ele não sabe...
mas há em mim uma maneira de
ir com ele
... e uma outra de esperar

(Carol Dias)



Coldplay - Fix You [HD]

http://youtu.be/hbJuEFs7-kU


Se o coração é doce, doce é o olhar.

(Sirlei L.Passolongo)

Quero...mesmo distante
Continuar a sentir a essência
Desse sentir, que me eleva
No querer de minha alma e de meu corpo,"

(Eliani Borges)

MEU POEMA



Meu poema se alimenta de lua cheia,
   mas às vezes ela esvazia,
   vira minguante!
   E aí, haja ruas desertas,
   sombras que eu nem sabia que existiam,
   janelas antes entreabertas,
   com medo padecem trancadas,
   não permitem que brote a conversa
   entre a menina e o poeta,
   entre o violão e a paixão.

 
   Meu poema se alimenta de lua cheia,
   de emaranhados de fios feitiços,
   de veneno, meio-fio, arrepio,
   tessituras, bordados e teias,
   seios lambuzados de orvalho,
   coxas molhadas no cio,
   beijos, saliva, orgasmo...
   E haja isordil em meus versos!
   Poemas que se alimentam de lua cheia
   costumam maltratar o coração.   
   Meu poema se alimenta de lua cheia,
   de canto nostálgico de sereia,
   de águas revoltas que movem moinhos,
   de rosas vermelhas infestadas de espinhos,
   de cacos de vidro espetados em meu umbigo,
   de estranhos atalhos trilhados faz tempo,
   de coisas que encontro ao viajar por dentro...
   E haja inquietude nos versos que eu proponho,
   macerar palavras fazedeiras de sonhos, 
   como quem macera o trigo para fazer o pão.

 
      
(NALDOVELHO)


Dentro de um abraço é sempre quente, é sempre seguro. Dentro de um abraço não se ouve o tic-tac dos relógios e, se faltar luz, tanto melhor. Tudo o que você pensa e sofre, dentro de um abraço se dissolve.


( Martha Medeiros)
RECHEIO



No meio do bolo o recheio,
   anseios, desejos, seus seios,
   lascívia, delírio, perigo,
   ilusão, desespero, miragem,
   veneno sorvido sem pressa,
   garrafa inteira de absinto...
   Anda quero fumar um cigarro!
   Ternura, inquietude, loucura,
   suor, saliva, seus beijos,
   seu gosto impregnado em minha boca,
   o frescor da sua pele em minha pele,
   o seu cheiro entranhado em minha roupa,
   se prestar atenção, mais parece um bolero,
   pois toda a vez que eu abro a janela
   um vento perverso me invade
   e só faz aguçar a vontade
   de saborear do bolo o recheio,
   só que para fazê-lo,
   eu preciso me devorar por inteiro!
 
(NALDOVELHO)