segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

TUDO


Tudo que sentimos,
tudo ...
Eterniza-se dentro de nós....



Por vezes,
nos toca como uma leve brisa.


Outras,
como um eterno silêncio.

 (Bruno de Paula)

Não me alimento de saudades mas gosto
de alguns dos sabores...

 (
Jose Gabriel Duarte) -in As Cores do Desejo: poemas improváveis (Versbrava Editora, 2014)

AUSÊNCIA


Estive ausente
Longos dias
E quando voltei
Encontrei-as tristes...

Saudosas e frias
Sem cores
Podiam ser pessoas
Podiam ser flores
Estavam feridas
De muito esquecidas
Mas eram poemas e versos
Eram palavras
Também dependem
De amores.

 (
Jose Gabriel Duarte )- in As Cores do Desejo: poemas improváveis (Versbrava Editora, 2014)

Quando me sinto só, chamo-me, quero estar
mais perto de mim.

[José Gabriel Duarte] -in As Cores do Desejo: poemas improváveis (Versbrava Editora, 2014)

A PALAVRA QUE DESNUDO


Entre a asa e o voo
nos trocámos
como a doçura e o fruto
nos unimos...

num mesmo corpo de cinza
nos consumimos
e por isso
quando te recordo
percorro a imperceptível
fronteira do meu corpo
e sangro
nos teus flancos doloridos
Tu és o encoberto lado
da palavra que desnudo

 (Mia Couto)

PERGUNTO-ME


Pergunto-me sobre o talento e o defeito
Sobre o amor e o ódio,
Sobre o sucesso e o fracasso,...

Sobre a conquista e a desilusão,
Sobre a vontade e o desejo.
Pergunto-me sobre a vida e a morte
Sobre o princípio e o fim
Pergunto-me sobre tudo o que me diz respeito
Sobre um dever ou um direito
Pergunto-me tanto
E no entanto
respondo-me tão pouco...

 (
Jose Gabriel Duarte)- As Cores do Desejo: poemas improváveis (Versbrava Editora, 2014)

Os ecos são vozes perdidas, refugiadas em silêncios...

 (José Gabriel Duarte)- in As Cores do Desejo: poemas improváveis (Versbrava Editora, 2014)