sábado, 18 de agosto de 2012




 Visto-te

Visto-te d’uma fina pelicula
...
De transparente hálito,
Sabendo teu corpo encostado ao meu
Num pegajoso afago de vertical amor.

Já as minhas mãos te percorrem
Numa infinda viagem que,
Não sei onde principia
Ou acaba o doce murmúrio dos lábios.
Tão pouco sei das minhas mãos
Em permanente êxtase
Escalando teus seios até ao pico do fim
Ou do começo da, descida vertiginosa
Até às ancas fluorescentes.

Caio de bruços sobre teu ventre
Onde meus lábios descobrem o sabor
De todas as estrelas derretidas
Transformadas no intemporal
Mel do desejo.

Já o meu, sob os teus beijos, estremece
e, enlouquecido, em foz desfeito,
por teu rio inflamado anseia.

Tudo arde, e não há estrelas, nem sol, nem lua, terra ou mar.
Há gemidos, sons incompreensíveis, sussurros.
Há silêncio, ternura, plenitude
Há a minha perna sobre a tua perna
o meu rosto rubro, quente sobre o teu peito arfante
a minha mão repousando em teu sexo
e o teu beijo doce, meigo, quente.
(Joaquim Monteiro e Fátima Guimarães)
 
Imagem: Robert Auer, in Tutt'Art@
 

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